domingo, 28 de setembro de 2014

SOB NOVA DIREÇÃO


A semana passada acompanhei a movimentação das articulações para a formação das chapas para concorrer à Presidência do clube, e tive a saudável notícia ao fechar das inscrições, que vamos ter cinco chapas que vão tentar primeiramente vencer a cláusula de barreira dos 20% no CD, para depois tentar (aquelas que fizerem pelo menos 20% de votos no CD) decidir o futuro do nosso time, com o voto dos sócios no pátio. Nas chapas inscritas, os postulantes ao mais elevado cargo na hierarquia do clube são : Jorge Eduardo Bastos, Homero Bellini Jr., Nilton Cabistani, Pierre Gonçalves, e Romildo Bolzan Jr. A situação aqui representada pelo candidato Romildo Bolzan Jr. e as demais articuladas em seus grupos políticos, alguns deles inclusive fazendo parte daqueles que até pouco tempo atrás apoiavam a atual direção.

Mas vamos retroceder uma casinha, só para entendermos o contexto da situação atual do Grêmio. Na sexta (19.09), tivemos o banquete em homenagem aos 111 anos do Grêmio. Neste dia ainda estava como vice de futebol, o assessor Marcos Chitolina, e que nesta mesma noite confraternizou junto com seus colegas de direção mais um ano de existência do nosso clube. Na terça (23.09) desta mesma semana fomos surpreendidos com a saída do assessor Marcos Chitolina pela atual direção do clube, que exatamente dois dias antes confraternizavam entre si no tal banquete, e ato simultâneo o anúncio do ex-presidente Duda Kroeff como novo vice de futebol. Ainda na quarta (24.09), isto é, 24 horas após a demissão do vice de futebol, foi oficializada a candidatura da situação representada pelo Sr. Romildo Bolzan Jr.

Coincidência, obra do acaso, oportunismo, conspiração, ou um mero caso de cronograma para servir ao casuísmo de ocasião ???

Na verdade não entendi muito bem, por que será que nas vésperas de uma eleição, especialmente em função do momento do time, da abstinência de títulos, e da crença junto ao torcedor que acha que fica cada vez mais distante a possibilidade de uma taça este ano, anunciarem essa demissão ? O que será de fato que levou o Dr. Fábio Koff a tomar esse tipo de decisão neste momento ?

O departamento de futebol é o órgão mais visado do clube, portanto, qualquer um que esteja lá será criticado, e muitas vezes massacrado; vai depender de seu desempenho junto às funções que o cargo exige, mas uma coisa é certa, a indicação para o cargo é de responsabilidade exclusiva do Presidente do clube. Sendo assim, sua escolha vai ser contabilizada em seu currículo. Não entro no mérito aqui se o ex-vice foi bom ou não, o que importa é por que um Vice que serviu até o banquete de aniversário, não serve mais a partir da definição da nova chapa ?? E aqui mais uma brutal coincidência, o novo vice que assume será o próximo vice de futebol na chapa da situação ! Então pelo jeito a saída do ex-vice se deu pela intenção da chapa da situação querer trocar o vice de futebol para a próxima gestão, seria isso ?? Fica muito difícil de compreender toda essa movimentação, justamente num momento de grandes articulações políticas para as próximas eleições. Não sei como o associado vai "ler" toda essa movimentação (que está mais para uma atrapalhação). Será que vai pensar que os grupos que apoiavam no passado não estão assim tão alinhados com o presidente no presente ? Será que a definição foi meramente técnica, conjugado com o atual momento do futebol ? Será que houve algum desgaste do ex-vice com a atual direção... Enfim, o que de fato motivou a saída do ex-vice e que não foi dito na mídia ? Outra pergunta que se poderia fazer : Independente dos motivos, da necessidade, e da urgência (se fosse o caso) da necessidade da troca do cargo, por que essa demissão ocorreu exatamente 24 horas antes do anúncio da nova chapa com o novo vice de futebol ? Por que então não se orquestrou uma saída honrosa para o ex-vice, não lhe submetendo a esse tipo de constrangimento? Será que existe alguma coisa entre o céu e o Aranha que não foi captado no ar ?

Não sei se o comando da campanha da chapa da situação considerou que pode não ganhar as próximas eleições, porque isso pode acontecer, e que o atual momento pareça ser um absurdo uma afirmação deste tipo, ainda mais sendo uma chapa que representa o Dr. Fábio Koff. Se isso acontecer, apenas como um exercício de raciocínio, ficaria o ex-vice e o atual vice com sentimentos antagônicos, para dizer o mínimo, que eventualmente poderia ocorrer como consequência dessa dança das cadeiras.  Outra questão que parece ter ficado no ar, foi a falta de uma articulação em torno de um projeto para a chapa da situação, essa troca (in)esperada do ex-vice de futebol já vinha sendo especulada há algum tempo, o que significa dizer que a direção teria um momento mais adequado, como por exemplo, o caso da injúria racial praticada por alguns torcedores na Arena, mas não o fez. Em vez disso preferiu se omitir e surpreendentemente reservar uma data mais festiva para demitir o vice de futebol.

Mas vamos retornar ao início deste texto, onde eu escrevia que me sentia feliz em saber que teremos cinco chapas que vão concorrer nas próximas eleições (primeiramente no CD) para a direção do Grêmio. Não tenho dúvidas que qualquer uma das chapas vai encontrar simpatizantes e voluntários para ajudar na sua eleição, mesmo com toda a adversidade, em maior ou menor grau de dificuldade para cada uma das nomitadas que se candidataram. Mas essa diversidade de pensamentos certamente vai trazer ainda mais qualidade neste pleito. E apenas para efeitos matemáticos das probabilidades, a próxima reunião do CD, antes mesmo de terminada, todos nós saberemos quantas chapas vão para o pátio disputar os votos dos associados, e por um motivo simples : Para que todas as chapas ultrapasse a cláusula de barreiras, será necessário no mínimo a presença de 300 conselheiros....

Resta saber se vamos ter uma reunião história do CD com a reunião de pelo menos 300 conselheiros que vão começar a definir o destino do Grêmio, ou senão, antes mesmo de iniciar, saberemos que no máximo teremos um determinado número de chapas dependendo do número de conselheiros presentes, lembrando que pelo atual estatuto que os suplentes, na ausência dos titulares, agora também podem votar.

Mas de um jeito ou de outro, o fato é que em 2015 estaremos SOB NOVA DIREÇÃO, e certamente vamos iniciar o ano com novas expectativas, mas com os MESMOS SONHOS !!!


 


FÁBIO IRIGOITE
EX-CONSELHEIRO,
SÓCIO GREMISTA DESDE 1993, 
COMENTARISTA NO PROGRAMA 2 TOQUES

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sábado, 27 de setembro de 2014

DON'T CRY FOR ME CHITOLINA

Coluna do Carlos Josias: Diretor Jurídico do Grêmio 93/98, Conselheiro 94/2010 e Vice-Presidente 2005/07. Josias @cajosias é colunista do Grêmio 100mil. www.facebook.com/cjosias.oliveira



 
 
 
Informam - estou fora de P Alegre - que Chitolina saiu atirando que aceitava críticas de torcedor mas não de ex-dirigente ( ??? ).
 
Pronto, criado o cadastro para habilitação à crítica.
 
Por esta observação surreal é de se indagar: e o elogio aceitaria ?
 
Ah, claro, o elogio ele aceitaria de ex-dirigentes, só a crítica que não. Mas quem iria elogiar o desempenho do futebol neste período ? Pois é.
 
Não bastasse isto, as críticas não são pessoais, e sim de condução, de eficiência, ou falta dela. Nunca se duvidou da integridade e honestidade dele, se duvidou da capacidade ( eu, aliás, desta nunca duvidei também, era incapaz ao cargo ). Ele misturou tudo e observou com carência de inteligência na medida em que é requisito básico para ser dirigente o ser torcedor. Cacalo, aliás, repete isto com frequência, diante das resistências que teria tido no passado quando vice de futebol sob o argumento de que era ´muito torcedor`.
 
A declaração é sintomática e reveladora: ele não estava preparado para o exercício da função que (não) desempenhou durante todo este tempo e com prejuízo do clube. Ele saiu como entrou, e, pior, um desastre em Grenais. Para ser esquecido ? Não, para ser lembrado a fim de que se evitem erros do tipo e que se deixe de entregar a amadores um cargo de tamanha relevância. Pior do que entregar para amadores, na verdade, é confiá-lo a neófitos.
 
Ainda que fora da nomenclatura de Vice-Presidente, a função que exercia a ela equivalia. Ali estiveram Cacalo, Koff, Hélio Dourado, Nelson Olmedo, Galia, entre tantos. Trata-se de um lugar que deve ser entendido como ´de respeito`, ao menos em nome daqueles que ali estiveram e tantas conquistas nos deram.
 
O interessante de observar é que na gestão Odone ele criticava o futebol da manhã à noite e em todas as rádios, mas pela linha esposada podia, afinal, não era então ex-dirigente.
 
Fui crítico da entrega a ele daquele ´bastão`, desde o início e exerci esta crítica mesmo nas raríssimas vitórias que tivemos, porque tinha a convicção de que com ele chegaríamos ao fim da gestão da forma que chegamos. Acertei, em que pese nunca ter torcido pela tese, até porque o Grêmio é infinitamente maior do que nós.
A saída de Chito não consertará os estragos havidos.
- nem irá autorizar a se pensar de que agora vai, até porque estamos no final do campeonato e o trabalho foi inúmeras vezes recomeçado, face tantos erros cometidos -
 
 Mas evita danos maiores.
                                                                                      
Saiu, pena que tão tarde. Mas, já dizia o sábio ditado popular, antes tarde do que nunca.
 
 Que seja feliz na sua vida pessoal e profissional. Que se mantenha torcedor. E que nunca mais chegue perto do vestiário do Grêmio, salvo para confraternizar nas vitórias e se solidarizar nas derrotas. Como bom torcedor que é.

 
Abs

 

 
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sábado, 20 de setembro de 2014

Rio Grande do Sul - 20 de Setembro




































Vídeo: Alex Leonardi


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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O AMADORISMO DA GESTÃO PROFISSIONAL


Essa semana estava de carona no carro de um colega de trabalho me dirigindo para um compromisso profissional e o rádio estava sintonizado num programa de esporte e o tema do assunto era sobre as eleições no Grêmio. Até ai nada demais, mas lá pelas tantas me chamou atenção um ex-presidente que participa do programa que foi questionado sobre a possibilidade dele voltar a concorrer das eleições ou participar do CA na próxima gestão.  Ele não só negou veementemente que possa existir tal possibilidade, como ainda afirmou que não participa mais da vida política do clube, ainda que tenham circulado informações sobre uma pretensa candidatura que gostaria de tê-lo como vice de Futebol. Questionado sobre o porquê de não querer voltar ao Grêmio como dirigente ele alegou impossibilidade de compatibilizar sua vida profissional com as exigências de tempo e dedicação que o cargo exige a frente da direção do clube. Nesse momento surgiu no debate a necessidade dos clubes criarem o cargo de presidente remunerado, o que este ex-dirigente declarou solenemente que era CONTRA a remuneração do presidente do clube, ele achava que o presidente é um cargo de entrega e dedicação por amor e paixão ao clube, e que se recusaria de ser remunerado caso viesse a ser novamente dirigente, e o resto do debate, ou pelo menos a parte que eu acompanhei, seguiu nessa ladainha.

Algumas reflexões sobre o assunto, aliás, eu já havia escrito sobre isso por aqui anteriormente, querer ser candidato a Presidente do Grêmio tem duas premissas de imediato: 1) Ter condições de ficar o período do mandato sem precisar trabalhar, isto é, ter uma fonte de renda que sustente as suas necessidades de sobrevivência; 2) Ter experiência política no cargo.  Diante destas duas barreiras de entrada, já de cara temos um enorme problema de continuísmo na condução da gestão política, administrativa e de gestão do clube, porque a enorme maioria dos pretendentes a ser um dia Presidente do clube depende de sua atividade profissional para poder se dedicar inteiramente ao clube, o que me leva uma conclusão: somente pessoas que não dependem de seus empregos é que podem postular tal honraria. Quando eu escuto alguém dizer que é contra a remuneração do Presidente do clube eu fico em dúvida sobre a sinceridade dessa declaração, senão vejamos, ou estamos diante de alguém interessado que não se amplie o leque de Gremistas qualificadas para disputarem o cargo, ou então a argumentação se prende a aspectos que já se envelheceram diante do crescimento do negócio futebol, e aproveitando para deixar registrado, jamais acreditaria em qualquer outra motivação de quem defende a manutenção do modelo atual (não remuneração do Presidente do clube). Fico pensando como uma pessoa pode tomar decisões que estão em jogo, além dos interesses institucionais do clube, verdadeiras fortunas financeiras ?? Como fazer isso sem se envolver de corpo e alma no dia-a-dia do clube ? Aliás, como tomar decisões de tamanha responsabilidade se não estiver profundamente envolvido com todas as áreas que permeiam o clube ?

O futebol tem alguns detalhes importantes que até hoje não se conseguiu resolver, por exemplo, vinte e dois profissionais entram em campo para jogar com a mediação de um AMADOR !!! Sim, os juízes que apitam as partidas são amadores, porque exercem outras atividades, não vivem exclusivamente da profissão de juiz, pelo menos a quase totalidade. Então assistimos profissionais que vivem e dependem de jogar futebol, sendo supervisionados por amadores que nas horas vagas fazem um bico para ganhar algum dinheirinho extra. E assim cada vez mais se observa uma queda de qualidade nas arbitragens, ao ponto que cada vez mais os árbitros estão errando, além do próprio envelhecimento do atual quadro de árbitros no Brasil. Veja que estamos refletindo sobre a condução de um jogo, imagina ser Presidente de um clube !!! O futebol se transformou num negócio muito sério e profissional, e como tal deve (ou pelo menos deveria) ser conduzido de forma profissional e orientado a resultados, e não movido pela paixão, porque onde existe paixão não há espaço para a razão, e empresas são movidas a lucros monetários e não monetários, e não a sentimentos de cada momento quando falamos sobres GESTÃO. Outro ponto também que merece ser destacado se refere aos papéis que cada cargo exerce na estrutura de poder de uma organização, como por exemplo, as estruturas políticas (conselhos de administração) e comando operacional das empresas (Presidência Executiva), enquanto o primeiro responde pelas relações institucionais da empresa, o segundo é responsável pela operação e lucratividade da empresa. Mal comparando com as estruturas empresariais, na minha singela opinião o Grêmio deve manter o cargo de Presidente do clube, mas deve também referendar a contratação de um Presidente Operacional remunerado pelo clube, que ficará responsável em fazer a gestão administrativa, financeira, mercadológica e operacional do clube, enquanto o Presidente Institucional do clube ficará ocupado exclusivamente com as questões relativas ao futebol e os demais assuntos de ordem política e institucional do clube. O Presidente Operacional por sua vez, deve ser escolhido a partir de um processo de seleção isento e não político, através da contratação de um headhunter independente especializado em profissionais de alto padrão.  Para isso acontecer creio que deve haver uma verdadeira revolução cultural no eixo político do clube, buscando introduzir um novo padrão de conceitos e padrões de gestão do clube, e o mais importante, com pessoas realmente comprometidas com o crescimento e modernização do clube. Não sou ingênuo de pensar que essas ideias sejam fáceis de ser implementadas, mas também não acho que são impossíveis, depende muito de quanto cada um dos envolvidos na questão, e mais ainda o que cada um pensa para o clube, se abstendo de seus interesses pessoais.

Ver o nosso time vencer depende de profissionalismo dentro e fora de campo, mas ver nosso clube se modernizar depende exclusivamente do quanto queremos ter uma direção focada na responsabilidade.


FÁBIO IRIGOITE
EX-CONSELHEIRO,
SÓCIO GREMISTA DESDE 1993, 
COMENTARISTA NO PROGRAMA 2 TOQUES



 
 
 


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sábado, 13 de setembro de 2014

PENA VITALÍCIA !


Na última quinta-feira (11.09), vivemos mais um desdobramento do infeliz episódio do ato de injúria racial ocorrido na ARENA, e desta vez com consequências alarmantes com o ato transloucado de um sujeito que ateou fogo na casa da jovem Patrícia, que teve a infeliz ideia de agir impensadamente ao gritar "macaco" para o goleiro Aranha (continuo com curiosidade para saber a origem deste apelido), durante o jogo contra o Santos. Supostamente o criminoso estava "enojado" das atitudes da jovem Patrícia, e, portanto sabendo do clima de impunidade que existe nas leis em nosso País, especialmente por experiência própria (estava cumprindo pena em liberdade provisória), resolveu fazer "justiça pelas próprias mãos", e o fez sem o menor receio de punição, até mesmo porque bastou ser preso novamente, para momentos depois ser solto para sair tranquilamente e sem ser incomodado para arquitetar o seu próximo crime.

Mas antes de me debruçar sobre este tema, registro algumas premissas importantes para o contexto do meu comentário: 1) A Patrícia errou, ou melhor, foi levada ao erro, uma vez que ela cresceu vendo a nossa torcida gritando macaco para o nosso rival local, sim, sei, não justifica, mas importante contextualizar; 2) A Patrícia teve um julgamento sumário da mídia, sem direito a se manifestar e sem a isenção da situação, estava num estádio, no calor da emoção de uma torcida, do alto da sua INEXPERIÊNCIA de 23 anos; 3) Não existe torcida no mundo que não torne exacerbado as suas manifestações nas arquibancadas; 4) Ajudou o fato do STJD ter condenado o GFPA de forma educativa, e não pela obrigação técnica que devia atuar; 5) Condenar qualquer ato discriminatório contra credo, raça, ou pensamento político deve ser o dever de todos nós, mas contribuir numa farsa apenas para satisfazer o ego de uma parte da mídia, também é algo CONDENÁVEL !

Feito esses comentários preliminares, passo a me focar no problema central desta questão: o incêndio criminoso cometido contra a casa da Patrícia e seus familiares tem uma origem conhecida, e também hipocritamente omitida pela maioria dos nossos políticos, que é sentimento de total descrédito nas instituições do estado brasileiro, em especial a justiça. A população cada vez mais começa a decidir sobre o futuro de suas revoltas pessoais de forma objetiva, e sem esperar os Governos agirem de forma equilibrada e justa como é o papel do Estado numa democracia. Esse comportamento, antes restrito ao campo político, começa a se alastrar também para as arquibancadas do futebol, contaminando e confundindo ideologias políticas com paixões futebolísticas.  Antes, ir à um estádio era um ato de paixão futebolística, agora mais parece um big play ao vivo, onde a maior preocupação não é o futebol, mas sim o movimento das arquibancadas, seja pelas brigas, seja pelos atos de hostilidade. Vamos ficar no exemplo do nosso Grêmio, na ARENA foi feito um espaço para as torcidas organizadas (sim para quem ainda não sabe, aquele local é destinado para TODAS as organizadas, e não só para uma torcida !!!), pensando em facilitar e acomodar melhor as nossas torcidas, sem contar na ideia (pelo menos essa era a intenção) de se buscar diminuir os preços de ingresso naquele local, sendo assim, o local ficou livre das cadeiras para também manter a tradição de uma das torcidas organizadas, que é a comemoração de cada gol com a famosa AVALANCHE !  Bem, assim foi feito, mas o que foi que aconteceu naquele local já na inauguração da ARENA ? Uma estrondosa briga transmitida ao vivo para o mundo, sob o olhar incrédulo do restante do estádio e da direção do clube, que vendo tudo aquilo não conseguia entender porque que depois de tanto esforço houvesse um vexame daquele tamanho numa parte do estádio adaptada especialmente para a comemoração das Organizadas.  O episódio passou IMPUNIMENTE pela direção do clube, e por óbvio, novamente o sentimento de impunidade que contaminou o tecido social de toda a nossa estrutura familiar, acabou por chegar até as portas e arquibancadas do nosso estádio, e novos fatos gravíssimos ocorreram também com a total PASSIVIDADE da direção do clube, culminando com o lamentável fato ocorrido com o goleiro Aranha.

Mas por que a direção do clube não agiu lá atrás, de forma preventiva, contra possíveis novos atos das organizadas ? Alguns dizem que foi porque a direção avaliou (mal) que não aconteceria de novo, outros comentam que qualquer ato de restrição contra as organizadas poderia refletir num prejuízo político de imagem contra a atual direção, mas existem aqueles que acham (e eu me incluo neste grupo) que foi pura COVARDIA, isto é, a atual direção não teve coragem, responsabilidade e principalmente postura de agir como o estatuto do clube prevê, isto é, ninguém pode provocar um tumulto dentro das dependências do clube sem ser devidamente (e justamente) PUNIDO, como forma também EDUCATIVA para mostrar aos associados e a nossa torcida que o Grêmio tem uma direção preocupada não com seus interesses eleitoreiros políticos, mas sim compromisso com toda a NAÇÃO TRICOLOR, que é o mínimo que esperamos dos nossos governantes, e no caso particular aqui, dos nossos dirigentes.

Assim como um governo que mente para o seu povo, a direção de um clube que se omite para a sua torcida perde o respeito e credibilidade, sendo assim os torcedores começam agir segundo as suas próprias convicções, porque tem a certeza da IMPUNIDADE, como foi o caso desta besta humana que incendiou a casa da Patrícia e seus familiares, isto é, as torcidas vão começar com brigas, evolui com atos passíveis de punição contra o próprio clube, e daqui a pouco prendem fogo no circo, e a única coisa que vai acontecer é a tristeza de toda a nossa torcida, e alegria psicopata de alguns poucos doentes e malucos que travestidos de torcedores acabam com algumas vidas, e prejudicando nações de torcedores apaixonados pelo nosso Grêmio. Até quando vamos continuar a ver nossos dirigentes surdos para o clamor das nossas verdadeiras expectativas, como é o caso de uma preocupação maior com o QS, uma postura de parceria transparente com nossas torcidas organizadas, com o compromisso de acabar de usar o clube para interesses políticos pessoais, e principalmente se responsabilizar pessoal e juridicamente pelos atos frente aos seus mandatos ? QUANDO ???

Estamos às portas de uma nova eleição para os cargos executivos do clube, e também para renoção de 50% do nosso CD, então temos logo ali na frente uma oportunidade de fazer valer a nossa voz, ou então se calar diante de tudo isso com o risco de ser a próxima vítima de um demente que será protegido pela mesma lei que foi feita para nos defender !!

E a escolha for a nossa omissão nesse momento, isso sim será uma PENA VITÁLICIA !

RUMO AO G4



FÁBIO IRIGOITE

Ex-Conselheiro, Sócio desde 1993, Comentarista do Programa 2 Toques.


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sábado, 6 de setembro de 2014

Como água para elefantes

(VINHOS DA MESMA PIPA, FILHOS DA MESMA PUTA)


Coluna do Carlos Josias: Diretor Jurídico do Grêmio 93/98, Conselheiro 94/2010 e Vice-Presidente 2005/07. Josias @cajosias é colunista do Grêmio 100mil. www.facebook.com/cjosias.oliveira






Olha a festa Elefante

Torcida é Coração

Quem não canta é feioso

E tem cara de bobão


 (troquem o bicho e o cântico - e vamos transformar o futebol num programa da Xuxa - a sublimação da cretinice)
 




Já falei exaustivamente sobre a questão chamar colorados de Macacos, vou me tornar repetitivo se retornar ao tema. Todos sabem minha opinião. Tenho visto muito oportunismo solto por todos os lados e muita hipocrisia.

E muita história mal contada. Dia desses me deparo com um colorado se intitulando testemunha do inicio do racismo por aqui, que teria sido na década de 90 quando num Grenal a torcida do Grêmio cantava Gente para cá Macaco para lá.

Que o moço não conhecesse a história da Liga da Canela Preta, e se mistura com a opção Gremista de Lupicínio Rodrigues ( http://www.correiodopovo.com.br/blogs/hiltormombach/?p=3899 ) vá lá, mas desconhecer fatos mais contemporâneos é de fato desinformação com ignorância e talvez a deliberada intenção de distorcer, confundir e ou mentir. Tenho visto, lido e ouvido isto todo o santo dia. A mentira Nazista que vira verdade está crescendo. Sabem muito pouco ou nada de história. Isto começa nos Eucaliptos e no tempo que se chegava aos estádios, Olímpico e Eucaliptos, de madrugada para ver um Grenal, se chegava às 4 da manhã de marmita para passar o dia até abrir os portões por volta do meio dia e depois assistir o jogo que era pelas 16 horas. As torcidas ficavam muito perto e não tinha esta loucura de hoje, esta violência, era apenas flauta de lá e cá. Ocorre que os Eucaliptos como o nome diz era cercado das árvores, e Grenal lotava o estádio e muita gente não conseguia entrar e outros não tinha grana para pagar a entrada. Lá no Olímpico eu e uma turma assistíamos muitos jogos sem pagar de cima do morro onde dava para enxergar parte do campo. Nos Eucaliptos não havia morro, então a torcida do Inter se pendurava em árvores e lá de cima entre os galhos assistia o jogo, há fotos desta época é só procurar. Os Gremistas passaram a chamar os colorados de Macaquitos porque ficavam empoleirados.

Mas e afinal o que aconteceu com a campanha SOMOS TODOS MACACOS ? Estava tão bonito de ver fotos de redações de jornais, empresas, e outros, com brancos empunhando bananas com a frase. Brancos, sim, só brancos, porque não havia negros nas fotos porque não há lugar para eles nestes lugares .... Hipocrisia.

Chamar colorado de macaco é flauta não vislumbro racismo de espécie alguma nisto - até porque cada vez se enxerga menos, se é que tem, negros na torcida do Inter - eis que colorado não se enquadra nos conceitos de definição para racismo. Tanto quanto não vejo homofobia deles nos chamar de gaymistas, ou gazelas, também não fizemos parte de uma comunidade que se possa encontrar conceituação nos termos, é pura flauta e como tal deve ser recebida. Agora, se eles acham isto racismo, preconceito, etc., que extirpem o mascote, e risquem da vida a identidade assumida - que inclusive vende produtos - e parem com este mimi que é para se defender ... se mantém a simbologia aceitem ser chamados daquilo que se travestem. Ou vão catar coquinhos ....

Por sinal, fato, há cada vez menos negros na torcida do Inter, e comparem as fotos, muito mais negros na torcida do Grêmio, inclusive no xingamento a Aranha.

Ademais eles assumiram o bicho, como brilhantemente alguém flagrou, olhe para um colorado travestido de macaco ou com o mascote deles e repita isto 100 vezes = Isto é um Elefante (genial sacada de um usuário do FB que faz um fake de P Santana ). Ridículo chamar de Elefante quem está travestido de Macaco. Nunca tinha visto situação tão surreal e cínica.

Mas se isto satisfaz a hipocrisia, troquem o bicho no cântico. Seria uma tesoura na língua dos cretinos.

Por isto minha opinião sobre o caso Aranha é bem clara. Chamar um negro de macaco porque é negro fica evidenciada a Injúria Racial. Não creio ter sido perdoável este ato e, claro, ainda que Aranha tenha se aproveitado da ocasião - em quem não o faria - ele é sim passível de procedimento punitivo.

Mas quanto ao processo:

Ainda não encontrei um jurista de ´escol` que entendesse justo este julgamento. Claro que o Grêmio não vai ingressar na Justiça Comum, o Futebol, todos sabem, é governado Mafiosamente pela FIFA e Mafiosamente pelas Confederações dos países, e quando os clubes aqui formaram um esboço de liga não conseguiram suportar pressões e não foram adiante. Neste quadro a entidade maior é cercada de escândalos e roubo - o sobrinho do Presidente aqui na Copa fez o que fez - e com falcatruas do tipo J Havelange, Ricardo Teixeira e outros ladrões semelhantes. Por isto aquele tribunal calhorda com Auditor Racista assumido, Presidente em meio a processos por fraudes e dois dorminhocos é uma caricatura fedida de Justiça e não confundam aquela escrotice com o Judiciário, para quem não sabe não tem Juiz ali, o que é outra coisa. Mas o que importa é que quem entende do ramo e longe das paixões percebe que o que houve foi uma safadeza maior do que o comportamento de algumas torcidas nos estádios como se vê com frequência. São vinhos da mesma pipa e filhos da mesma puta !

( atenção colorados, diga na foto quem é o verdadeiro elefante e vote qual dois 2 é o mascote que você deseja )


Abs
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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A Punição e a omissão


Esta semana acompanhamos um dos piores momentos na história GRÊMIO nos mais de 109 anos da nossa trajetória, que foi um misto de dor, sofrimento e revolta que tomou conta de toda a Nação Tricolor. Fomos enquadrados PEDAGÓGICAMENTE com a punição imposta pelo STJD em função dos lamentáveis episódios racistas ocorridos contra o goleiro Aranha no jogo contra o Santos, culminando com a nossa eliminação da Copa do Brasil. Goleiro este que não se importa de ser chamado de ARANHA, muito menos de bradar por justiça dentro do campo quando se sente ofendido, mas fica mudo diante da sua própria torcida quando esta também ofende a mãe do juiz, sendo conivente com outro ato inaceitável no convívio social entre pessoas civilizadas ! Não tenho notícia se os gritos de uns poucos de uma torcida iniciaram espontaneamente, ou se foram uma resposta a uma eventual provocação do próprio goleiro, uma vez que ele tinha todo o interesse de tentar desestabilizar o nosso time naquele momento do jogo. Mas enfim vamos tentar colocar o episódio dentro de um contexto, na medida em que a imprensa de uma maneira geral, e em especial o pessoal do eixo Rio-São Paulo já havia previamente definido o julgamento, impondo a pena, e por fim executado a mesma com o foco exclusivo de um ato de racismo sem contextualizar a situação, e os advogados que aqui me leem sabem da importância das circunstâncias de qualquer delito para julgar com mais propriedade qualquer suposto crime, caso contrário bastaria uma foto da torcedora mais exaltada para julgarmos. O ato foi inaceitável, SIM, se isso acontecer dentro de uma sala de aula onde os ânimos estão voltados para a aprendizagem; SIM, se estivermos na fila de um banco e chamarmos de macaco um negro que estiver atendendo num caixa do banco; SIM, se estivermos num ônibus e chamarmos de macaco um negro se segurando dentro do ônibus, e por ai vai, teríamos infinitas situações contextualizadas para caracterizar um ato racista. Mas dentro de um campo onde os ânimos estão alterados, onde o time estava perdendo, onde o clima era de sofrimento de uma torcida, SIM também é, mas com uma diferença, ali a reação é puramente EMOCIONAL decorrente de uma PAIXÃO, diferente de uma discussão com nítido caráter pejorativo e ofensivo contra uma pessoa, até porque o goleiro Aranha ali não representava o cidadão fulano de tal (já que não sei o nome do Aranha), e sim um atleta de uma equipe adversária, e isso a imprensa não teve a devida responsabilidade de abordar, a única preocupação foi a de promover uma enorme campanha contra o GRÊMIO, acusando de sermos um time RACISTA !!! Como um time racista, se a estrela que estampamos em nosso pavilhão é de um jogador negro ? Como racista se entre os nossos maiores craques, a maioria são composta de negros ? Como se o nosso QS acolhe NEGROS, brancos, pardos e toda e qualquer etnia ? Como nos acusam sem ao menos conhecerem a nossa história ?

Ficou claro neste episódio que além de termos um julgamento apenas político, jamais houve a preocupação com as questões relativas técnicas, como por exemplo, como dosar as próximas penas no futuro para episódios semelhantes ? Apenas para ilustramos, relembrando aquela banana que o Daniel Alves comeu depois de ter sido jogado por um torcedor dentro do campo, qual a pena que esse mesmo órgão julgador vai impor ?? Será que vão sentenciar o fim das suas atividades ? Não tenho a menor autoridade para falar tecnicamente sobre o peso que deve ser outorgado para a pena de cada crime, mas penso que o bom censo deve estar sempre presente na cabeça de um julgador neste momento, até porque ele deve medir as consequências dessa atitude, o julgamento do GRÊMIO certamente deverá futuramente balizar as próximas penas em situações semelhantes, e ai eu vejo um perigoso precedente, será que não vamos aos poucos "matando" o coração do espetáculo do futebol que é justamente o grito das torcidas ? Novamente vemos um clássico caso de casuísmo, em face de toda a pressão da mídia, é mais fácil penalizar um clube que tem nome, endereço e Presidente, do que ir atrás de meia dúzia de baderneiros que se aproveitam do anonimato para covardemente ofenderem moralmente os seus desafetos ou exporem a sua índole de mau caráter ! Devemos punir com o devido rigor (nem mais, nem menos), mas devemos ir atrás também desse bando de covardes que usam a nossa casa para se comportarem como verdadeiros animais.

Devemos punir, mas não podemos nos OMITIR, e isso é, a meu ver, a origem de todo essa celeuma que ronda em cima da nossa torcida, onde um movimento que deveria ser um instrumento de alegria em nossos jogos, se transformou numa massa de manobra de interesse escusos da política dentro do clube, ou será que já foram esquecidas as brigas que ocorreram na inauguração da ARENA ? Pois naquele momento a direção já devia ter agido, e não agiu, se OMITIU ! Depois ocorreram outros problemas com essas mesmas torcidas, e sempre tiveram a conivência das direções anteriores e da atual. Nesse mesmo blog, o Dr. Carlos Josias, eminente advogado, ex-conselheiro e ex-dirigente do clube, trouxe a luz uma importante lembrança que eu não sabia que o inicio as torcidas organizadas tinham um departamento (Eurico Lara) do Grêmio dedicado a cadastrar, identificar, e principalmente acompanhar esses torcedores, e que a relação era de forma amadora, de um lado o clube que ajudava com faixas, bandeiras, papel picado, e de outro lado contava com o entusiasmo grupo de torcedores apaixonados pelo time. Atualmente essa relação se tornou um "negócio", onde de um lado dirigentes que estão mais para POLÍTICOS OPORTUNISTAS de plantão do que para Gremistas, usando esse pessoal, e de outros torcedores profissionais que fazem disso um meio de ganharem a vida, sendo que uns inclusive já chegaram ao nosso CD ! Minha opinião com relação às torcidas organizadas é clara, ou o CD do clube cria uma cláusula em nosso estatuto social proibindo o financiamento FINANCEIRO de qualquer torcida, deixando explicito as regras para o clube endossar uma torcida organizada (cadastramento com assinatura de termo de convivência) e relacionando o apoio material que a direção tem autoridade de fornecer (bandeiras, faixas, cartazes, papel picado, etc.), ou a direção continuará sendo OMISSA e refém de poucos interesseiros que podem ser qualquer outra coisa, menos Gremista !

Chegou a hora de valorizarmos o verdadeiro torcedor, aqueles que fazem o espetáculo dentro e fora do campo participando das torcidas de forma alegre, empolgante, e principalmente com a alma de um GREMISTA, para que a gente não acabe com os estádios vazios e sem alma !!!




FÁBIO IRIGOITE
ADMINISTRADOR
SÓCIO GREMISTA DESDE 1993, 
COMENTARISTA NO PROGRAMA 2 TOQUES








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