quarta-feira, 28 de maio de 2014

Nossa história entre o fechado e o quebrado - O Memorial e a Calçada da Fama

Coluna do Carlos Josias: Diretor Jurídico do Grêmio 93/98, Conselheiro 94/2010 e Vice-Presidente 2005/07. Josias @cajosias é colunista do Grêmio 100mil  www.facebook.com/cjosias.oliveira







Tão logo começou o ´alvoroço` do Projeto ARENA a primeira coisa que perguntei foi pelo nosso Memorial e pela Calçada da Fama.

As respostas foram rápidas: tudo planejado, sem problemas, tudo no Projeto.

O tempo foi passando as pessoas foram mudando e eu mantinha a preocupação e repetia a pergunta: nunca me veio uma resposta pessimista, sempre vinha um sinal de positivo, tudo ok tudo.

Orgulho da nossa Dona Ema o Memorial era cuidado por ela como quem cuida de um filho muito amado, ou de um pai ou mãe, que seja. Cheguei a dizer certa vez que não conhecia - e era verdade - na AL memorial mais lindo e que o do Glorioso Boca não cabia no nosso banheiro - ainda que cheio de conquistas da maior importância como as LAs e os Mundiais o Museu Boquense era uma peça de antiguidade mofada e sombria, salvando-se pela ´bola cinema`, também já velha, e pelo fato de que dele se entrava para dentro do estádio - o que o Pacaembu tratou de copiar no que fez bem feito e era sonho de todo o Gremista que se repetisse no nosso, não sem antes passar pela Lojinha otimizando e incentivado a compra de produtos do clube - sonho alimentado de anos. Em quantidade de troféus, conquistas internacionais, incontáveis taças levantadas por campos estrangeiros, AL e EUROPA eu sinceramente nunca vi nada igual.

Incansável Hélio Dourado recolheu fundos e o nosso Memorial foi reformado com gasto considerável - mais de 100 mil reais naquela época - tendo havido uma campanha entre conselheiros e eu mesmo desembolsei 1.500 reais na contribuição que quando da promoção dava ao contribuinte direito a uma placa no local. Não pela placa, mas pelo Grêmio, contribui mesmo que a quantia, na ocasião - e hoje também - fosse elevada. No final contribuintes e não contribuintes, desde que conselheiros - e muitos não contribuíram - receberam sua placa.

Pois sabe-se lá onde hoje está o Memorial, quanto mais as placas. E tenho até medo de entrar em contato com a Dona Ema que deve estar sofrendo de profundo desgosto.

Pergunto aqui e ali pelo Memorial, ninguém sabe ao certo onde e como está. Atirado um pouco lá outro tanto aqui.

Por que não permaneceu no Olímpico até uma troca de verdade ? Não sei, só sei que nada sei. E que está fechado. O Olímpico amanhecia e anoitecia com visitantes, chegou a ser o local mais visitado de Porto Alegre: o prejuízo do Clube, quer financeiro imediato, quer de imagem e reputação, com a paralisação desta atividade é inestimável.

E a Calçada da Fama ?

Ela já não era muito bem cuidada no Olímpico e fiquei rouco reclamando no CD de maiores cuidados, e me recordo que certa vez pedi, em sessão, ao Presidente Duda que ordenasse um melhor cuidar do local eis que a chuva e a passagem de pessoas por cima dela já estava maltratando o espaço. Na ocasião Duda, em sessão, disse que estava encarregando C. Pacheco disto: nada foi feito. Mas o pior e muito pior nos reservava o futuro.

Pois a notícia que tenho é aterrorizante. Ela que chegou a ser um símbolo da história do clube, que chegou a ser comentada no país inteiro - teve clubes de outros estados, eu presenciei isto, que chegaram a pedir autorização ao Grêmio para copiar o modelo - e que era referência de como a entidade cultuava seus heróis, está empilhada em algum canto qualquer e quebrada, inclusive com danos em pés e mãos de quem não mais está vivo para repetir o gesto. Mal transportada e às pressas quando da inauguração, mal acondicionada e mal cuidada, com local mal escolhido, foi instalada em meio à obra, onde caminhões passavam e houve quebradeira. Foram remendar, piorou, quebraram mais

O Memorial e a Calçada da Fama fazem parte do tempo que se preservava a história do clube.

De chorar.

abs

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quinta-feira, 15 de maio de 2014