quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Guerreristas! Quem?

Coluna do Carlos Josias: Diretor Jurídico do Grêmio 93/98, Conselheiro 94/2010 e Vice-Presidente 2005/07. Josias @cajosias é colunista do Grêmio 100mil  www.facebook.com/cjosias.oliveira
















O episódio ISL marcou tragicamente a passagem de Guerrero pelo Grêmio. A segunda divisão marcou tragicamente Rafael Bandeira e Obino. O término da construção do Olímpico marcou brilhantemente a passagem de Dourado, um divisor de águas. A LA e o MUNDIAL marcaram luzentemente Koff e Cacalo. Os anos 80, que muita gente omite, marcaram de forma também magnífica, as passagens de Irany e Preis.

Tudo o que tinha a ser dito de Guerrero, Rafael e Obino, nos períodos citados já foi dito.

Nos pleitos até a pouco acenavam com o Obinismo para depreciar quem esteve na sua gestão - e todo o consultivo teve participação nela. O Bandeirismo morreu cedo porque ele não tinha grupo. Como essas tragédias pararam de render restou o Guerrerismo.

O lamentável é que estendem a quem participou da gestão Guerrero uma pecha depreciativa que surge de 3 em 3 anos quando há eleições no clube. Muitos se esquecem, contudo, que ao jogarem respingos nos demais que lá estiveram viram às costas, ou atingem, a muito dos seus, ou daqueles que foram muito próximos numa ou noutra ocasião. No Grêmio, como é assim em qualquer outro nicho político, em regra, todos andam com todos ou ao menos muito próximos, mas basta vir uma eleição que todos, ou quase todos, acusam a todos ou a quase todos dos erros que eventualmente cometeram no passado. E andar com quem andou mal, ou estar perto de quem mal andou, serve de palanque. Convive-se com alguma tolerância, uns com os outros, até que a disputa dos votos se ergue em bandeiras esfarrapadas por antigos traumas como se a lembrança deles fosse PROPOSTA de um Grêmio melhor. A tal pacificação vige da boca para fora, poucos querem, efetivamente a paz, quando o alvo é vencer pleitos. O fato é que esta pecha atirada num grupo com objetivo nefasto de comprometer para o mal, de GUERRERISTAS, já está surrada e cansativa, e o último confronto provou isso. A torcida está cansada deste ranço inócuo e que ao invés de ajudar o clube, apenas atrasa. Estamos há 12 anos sem ganhar nada, e por coincidência o último feito importante, em 2001, traz a marca de muita gente que estava na gestão da pecha. Ah, é bom lembrar-se disso também, em que pese ninguém refira. Não nego que este pecado tem sido insistentemente cometido por todos ou quase todos e eu mesmo já cometi, lá atrás, esta ´confusão` de misturar alhos com bugalhos. Mas penso que cheguei há muito tempo - há no mínimo 7 anos - a uma maturidade que reclama o fim disso. O torcedor já decretou este final, gostem ou não.

Quando digo que basta olhar o passado para se identificar claramente que todos ou quase todos já andaram de mãos dadas com todos ou quase todos, digo por que conheço a história do clube. Muitos desconhecem e continuam insistindo no mesmo erro crasso e injusto.

Alguns fatos são claros. E apenas vou me deter a elencar eles, não vou ingressar no mérito se as condutas foram acertadas ou equivocadas, apenas vou enumerá-los porque são fatos, não foram inventados, aconteceram realmente e penso que quem agiu assim ou assado teve os seus motivos de se conduzir como se conduziram. Mas o inegável é que quando se atira a pecha num grupo de serem GUERRERISTAS com a intenção evidente de depreciar e confundir, estão, repito, alcançando, com esta propositabilidade, muita gente que lhe é próxima. Ou só é isso quando convém e quando não convém não ? Coerência é algo difícil de encontrar em política, mas a soma dos fatos aqui importa sim em surreal contradição, paradoxos dos mais notáveis.

Vejamos.

O Grande responsável pela eleição Guerrero em 2000 foi F Koff. A eleição estava em 3 x 1 pró Preis no pátio x Guerrero quando às 18 horas Koff de dentro da sala do CD abraçou o microfone e o candidato Guerrero sustentando sua eleição por três horas. Virou o jogo e Guerrero entrou. Quando Guerrero foi eleito em 2000, com campanha de Koff, Hélio Dourado, um INTOCÁVEL, com toda a legitimidade de assim ser chamado, fazia parte da chapa e fez campanha junto com Guerrero. Foi Vice nela.

Por duas vezes F Koff capitaneou o arquivamento do processo Guerrero no CD, a 1ª antes da condenação, sustentando que teria que primeiro haver decisão penal, e a 2ª depois dessa. Em ambas foi acompanhado no discurso inflamado de P Odone e juntos obtiveram êxito, com o voto no mesmo sentido de Eduardo K Antonini.

Em 2003 Odone e Guerrero com o grupo de Belini estavam juntos na eleição do CD e perderam para Cacalo e Koff que lideravam o grupo adversário. O Grupo vencedor não encontrou um candidato próprio que concorresse e houve um racha interno quando Koff entendeu de apoiar Preis. Ali, na divisão, Renato Moreira comandou em liderança uma virada de posição e passou a apoiar com o Grupo a candidatura de Paulo Odone - que estava com Guerrero - que, ao depois, venceu para Presidente, na ocasião em que eu VIREI VICE. Todos já estiveram do lado de um e de outros e também já estiveram em lados opostos. Belini e o seu MGI são tão Guerreristas quanto Koff quanto Odone e/ou quanto Dourado. Esta é que é a verdade.

Obino, para quem não sabe, foi o grande mentor de Guerrero, em troca de ser Presidente no Centenário, como de fato o foi sob os aplausos do C Consultivo, onde estavam todos os Ex Presidentes, incluindo alguns que hoje não estão mais no nosso meio.

Talvez só Cacalo e o Duda nunca estiveram lado a lado com Guerrero, mas muitas vezes com quem foi próximo dele. Eu também não estive, diretamente com ele, mas estive próximo de muitos que foram próximos a ele, assim como de Obino e Rafael e por aí vai. Cacalo trouxe Preis em 98, com Saul, porque precisou dele para salvar o clube da queda, Preis que havia estado com Guerrero, eu estava lá. Krieger esteve com Obino, com Guerrero e com Odone e ao que sei nunca deixou de se dar muito bem com Koff. Cacalo também esteve com Odone no passado. Aliás, Cacalo fez a candidatura de Odone para o CD quando este enfrentou e perdeu para Fachin. Eu fui Vice de Odone.

Cacalo entrou no clube por Obino que foi o Mentor do Guerrero e depois andaram separados, até a união no Centenário. O mesmo Obino que é intimo de Rafael Bandeira dos Santos que foi aclamado no CD porque Odone assim o quis e ao cair em desgraça face à 2ª divisão foi literalmente corrido do Grêmio tanto quanto Guerrero também o foi pós-condenação judicial.

Koff e Cacalo já estiveram juntos e já foram adversários. Em 83, Grêmio Campeão do Mundo, Cacalo não estava gerindo o clube, eis que em desavença com Koff.

Enfim senhores, com raríssimas exceções, e repetindo, todos já estiveram ou juntos ou com quem foi ou havia sido muito próximo de outros.

Aí, abro os jornais e vejo, seguido, insinuações. Algumas sutis outras nem tanto, que se recheiam de pechas e acusações.

Pois é, persiste este ranço no clube que atrapalha a vida do Grêmio, prejudica e tumultua a quem quer trabalhar com dedicação, zelo e que tem talento. Passaram-se mais de 10 anos e este ranço retorna a cada pleito.

A torcida deu um basta nisso na última eleição, gostem ou não PAREM COM O RANÇO ou nunca vamos ganhar nada. Ou o Grêmio pensa ele como um todo e todos pensam Grêmio, ou o jejum continua.

Não existem Guerreristas, Koffistas, Cacalistas, Obinistas, Odonistas, Belinistas, e outros istas. O que existe e deve existir são GREMISTAS.

A chapa 2, ilustrativamente, está recheada de integrantes que compuseram a gestão do amaldiçoado Presidente. Gustavo Schmidt, que foi o 1º presidente do Movimento Grêmio Vencedor foi diretor consular e frequentou a tão popular Casa Rosada em época de campanha. Airton Ruschel, meu querido e fraterno amigo, participou da equipe financeira. Em 2005 quando cheguei Vice por sua competência sugeri sua ida para ser o homem do financeiro junto a Tulio Macedo o que aconteceu e lá teve ótimo desempenho - que era esperado - na implantação do Condomínio de Credores. Se formos fazer um amplo levantamento talvez se encontre mais integrantes da gestão Guerrero na chapa 2 do que na chapa 7 o que demonstra a infantilidade e ou a maldade deste tipo sórdido de manifestação.

Denis Abrão foi diretamente ligado a Guerrero, a propósito foi diretor remunerado quando AVM foi Vice, hoje se mantém no CD pela CHAPA 2, de se responsabilizá-lo pelos atos de Guerrero ? Ora, por favor. Que ´ista` se poderia atribuir a ele ?

Só citei o 1º escalão ? Para ilustrar ainda mais. Juliano Ferrer já foi presidente do G Imortal. Entrou no Grêmio por um conselheiro que não fazia parte do chamado 1º time. Sabem onde começou e o que começou a fazer ? Foi porteiro, isto senhores, porteiro ali na social, ajudava graciosamente a controlar a entrada de sócios nas catracas. Adiante foi para a administração e findou no Jurídico. Tudo isso na Gestão Guerrero. Veio Obino ele continuou. Em 2005 ficou diretor Jurídico na Gestão Odone. Seria ele algum ´ista`? Rui Costa, o grande nome do futebol, teve início no período Guerrero, foi diretor Jurídico levado por mim na Gestão Odone e hoje está lá por indicação de grupo da situação. A que ´ista` ele se vincula ? Alberto Guerra também foi levado por mim para ser diretor Jurídico na Gestão Odone e já tinha sido nos anos 90 na década Koff e Cacalo, estava fora do CD e retorna via CHAPA 2, seria ele algum ´ista` ? Moreira, da segurança, atravessou todas estas gestões, o que seria ele ?

Ou se muda isso ou vamos continuar sem mudar ! Perdendo. O protagonista do clube é a paixão, não os nomes. Ou se entende isto ou não entendo mais nada. O Grêmio me lembra o velho Inter que passou anos e anos brigando internamente com todos acusando a todos por terem feito parte desta ou daquela gestão e não ganharam nada em 30 anos. Se uniram e ganharam tudo. Da união veio à desavença e estão aí do jeito que estão. Ou não.

Diante de todo este ´andar` eu me pergunto: Guerreristas ... quem ?

abs

Foto: ducker.com.br


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