domingo, 30 de junho de 2013

Enterrem meu coração na BEIRA DO RIO. Eduardo Caminha e Dunga, crianças e idosos

Coluna do Carlos Josias: Diretor Jurídico do Grêmio 93/98, Conselheiro 94/2010 e Vice-Presidente 2005/07. Josias @cajosias é colunista do Grêmio 100mil. www.facebook.com/cjosias.oliveira









Desde menino sou um apaixonado pelo Rio Guaíba, que uns entendem ser lago mas que está imortalizado pelo nome que lhe celebra a notoriedade. Sonho de vizinhar em Ipanema, terra independente que me adotei como filho. Guaíba jamais será chamado de Lago. Ora pombas aqui não é o Canadá. Aqui, onde só se fala uma língua, o Português, culta e bela, é só esplendor nas margens destas águas azulejadas e onde Davan entenderia porque se azuleja o dia e Paulinho da Viola compreenderia porque o azul não é do mar. Aqui encontrei as raízes da história alegre portense onde Lupi descobriu porque é Gremista e escreveu um hino de amor à uma nação tricolor. O Negro Lupi poetizando uma ode em desaforo a quem nos atirou a pecha imunda de racista. Por aqui redescobri uma tia, 94 anos de idade com a lucidez de menina que ainda en()gatinha na nossa linguagem cravada de um espanhol lusitano debruçada na cantoria de uma.



Madreselvas en flor que me vieron nacer
y en la vieja pared sorprendieron mi amor
tu humilde caricia, es como el cariño
primero y divino que siento por él !

Ondina Menna. Linda com a juventude de 94 anos de amor. Coisas da vida. É colorada.

Ao redobrar visitas na SPAAN,  uma instituição sem fins lucrativos que presta assistência a cerca de 150 idosos em Porto Alegre (RS), encontro entre seus guardados muitas recordações de família e, entre elas, uma foto de cabecinha no ombro de DUNGA, sim, DUNGA, o treinador do inimigo .... melhor dizendo, do rival, melhor dizendo ainda, do adversário... um recorte de jornal com a mesma foto.

Me sobreveio um sério questionamento: quantas vezes deixamos a rivalidade vencer a seriedade do reconhecimento. Quantas vezes deixamos o ser humano encoberto pelo desejo incontrolável da animosidade das 4 linhas.

Me vem, de imediato, o trabalho comovente do DESEJO AZUL e quantas vezes e quantas muitas vezes me deparei com amigos de lá fazendo vistas grossas a este trabalho magnífico do Instituto que tem em
Eduardo Caminha um arauto da caridade, pelo simples e singelo fato de ser uma obra nascida de gremistas.

Bate um arrependimento.

Como a demissão de Luxa = antes tarde do que nunca.

Que os deuses do futebol nos abençoem e nos ajudem a ser menos inimigos, e apenas dóceis rivais no campo de jogo. Que nos ajudem a ser mais inteligentes.

Obrigado Eduardo Caminha pelo que fazes por tantas crianças carentes, grato Dunga, pelo teu afeto aos idosos.

Enterrem o meu coração na Beira do Rio. Ele não é nem Gremista nem Colorado.

O Rio é nosso ... graças a Deus !

Mas a flauta continua livre, o país é democrático ...

Abs

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