segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Sobre Odone e Koff - Pensem nisto.

Abaixo um comentário do Hélio Paz no texto do Mário Marcos sobre: "Paulo Odone x Fábio Koff: - em quem você aposta?" Texto do Mário Marcos neste link: Odone vs Koff 

Vou dar a minha opinião baseada no fato de eu viver a política do Grêmio, entre idas e vindas, com maior ou menor envolvimento, desde 2004. Nunca fui conselheiro, mas já ajudei bastante em várias campanhas e fui candidato derrotado em 2010. Estou no terceiro movimento e espero não sentir a necessidade de trocar novamente. Não sou íntimo, mas também mantenho relações fraternas com integrantes de quase todos os movimentos.

1) Eu tenho lado: meu lado não é o de uma pessoa, nem tampouco idolatro ícones, salvo as três cores, o distintivo, Renato Portaluppi única e exclusivamente como jogador e admiro dirigentes extremamente capazes e honestos. Defendo O PROJETO DE GESTÃO liderado por Koff não como se ele fosse seu dono, mas, sim, como uma PONTE que está sendo construída para UNIR todos os gremistas que estiverem dispostos a TRABALHAR, cada um no seu lugar. Inclusive dentro dos próprios grupos que tradicionalmente o apoiaram, Koff tem feito uma longa triagem com auxílio de um doutor em psiquiatria especialista em RH. Mesmo entre nomes de sua confiança que já trabalharam consigo, aqueles que estiverem queimados terão postos subalternos, não vice-presidências;

2) Dentre o grupo de empresários poderosos que estão trabalhando em sua campanha, estão Remi Accordi, o idealizador da garantia estendida no varejo, que vende 4,7 MILHÕES de apólices/mês, grande investidor; José Galló, presidente-executivo do maior grupo de varejo de roupas do país, as Lojas Renner; e o competentíssimo ex-vice-presidente de Finanças da gestão Duda, Irany Sant’Anna Júnior, um alto posto do Banco Central aqui em Porto Alegre, que conhece tudo sobre Comissão de Valores Mobiliários e fundos de investimento. Esses caras e mais uns dois do mesmo naipe irão compor uma instância inédita em clubes brasileiros: um comitê de advisors (conselheiros), que irá fazer andar o Planejamento Estratégico recentemente aprovado por 13 dos 14 movimentos do clube, em mais de um ano de reuniões extremamente cordiais, onde seus participantes se conheceram e passaram a deixar de enxergar os outros movimentos com preconceito;

3) O projeto inteiro envolveu viagens, conversas com dirigentes de clubes europeus, com dirigentes de franquias da NBA, um aval muito valioso de investimento do grande banco francês BNP Paribas, a aprovação de novos fundos de investimento p/não misturar dinheiro da Arena com dinheiro do Quadro Social nem fruto do marketing para que o investimento no futebol seja justo;

4) Koff admite que foi incompetente em produzir novos dirigentes. Ele quer deixar esse legado para o clube, para que não seja mais preciso termos que votar nele, em Odone ou coisa parecida. Na época em que ele alçou Alberto Galia em 1984 e Cacalo em 1997, era a época em que ainda se amarrava cachorro com linguiça em termos de gestão. Agora, haverá, junto ao jurídico, ao futebol, às finanças, ao planejamento estratégico, ao futebol, às categorias de base, ao marketing, à comunicação e ao conselho de advisors uma instância de formação de jovens dirigentes, que irão aprender toda a mecânica departamental do clube e terão o direito de opinar. ELE DEIXOU BEM CLARO QUE PODERÃO PARTICIPAR INTEGRANTES DE TODOS OS MOVIMENTOS;

5) O conselho de advisors será um filtro para minimizar o efeito dos amigos e das politicagens, que, infelizmente, afetaram todas as gestões do Grêmio em todos os tempos;

6) Não há nada absolutamente certo sobre Felipão, Luxemburgo, Paulo Angioni ou seja lá quem for: é preciso acompanhar o rendimento do time, os valores que serão pedidos e o modelo que se quer implantar desde a base até o profissional. A manutenção ou a substituição de cargos técnicos nesse nível não está nada definida. E ele está, sim, bastante satisfeito com Luxa e com um pé atrás em relação ao gerente Angioni por causa do estágio atual do Bahia;

7) Koff NÃO ensinou nada a Fernando Carvalho: ele estava em uma festa e ele mal conhecia Sonda. Bem na hora em que Carvalho chegou, apresentou Sonda a ele e foi conversar com outros conhecidos. Se isso é conselho… Na verdade, o nosso Tradicional Adversário cresceu porque modernizou a gestão e os grupos fizeram trégua, a partir da consultoria do prof. Medina;

8) Koff JAMAIS afastou-se do Grêmio. Muito antes pelo contrário: ele, ao ver o Grêmio quebrado, convocou o advogado do Clube dos 13 (que é daqui e é gremista), que foi o idealizador do condomínio de credores. Isso começou a ser implementado em 2005 na gestão Odone, mas Duda recebeu com atraso. O condomínio consistia em pagamentos em suaves prestações e em uma prioridade aos investidores de curto prazo, a fim de evitar que o Olímpico fosse penhorado. Isso salvou o clube e permitiu que se pudesse desonerar o Olímpico para a troca de chaves com a OAS. Senão, não haveria Arena alguma;

9) Koff, como presidente do Clube dos 13, anualmente adiantava a verba da TV para o Grêmio após articulações com a Globo e com a CBF. Aliás, nenhum outro clube do país teve o privilégio de poder ter tido um canal direto com a fonte do dinheiro e do poder político do futebol brasileiro. Os outros também obtiveram ajuda, mas não com a facilidade do Grêmio;

10) Koff não iniciou e não trabalhou, mas nunca foi contra a Arena. Ele falou, em uma reunião do Conselho Deliberativo, que o Grêmio deveria aproveitar a onda da construção civil e das obras do PAC para tentar construir um novo estádio. Preis foi o advogado responsável por obter as garantias jurídicas da possibilidade de o negócio ser melhor para o Grêmio ao invés de sermos meros joguetes de uma construtora. Antonini foi o executivo responsável pelos contatos com vários clubes. E a Arena possui a excelência técnica e arquitetônica graças à consultoria do arquiteto espanhol De La Corte. Cada um na sua especialidade, AMBOS (Preis e Antonini) foram competentíssimos naquilo que lhes coube. Ambos se complementam, mas, infelizmente, uma ala não trabalha junto com a outra porque o grupo ligado a Odone pensa a gestão da Arena de uma maneira e o grupo ligado a Koff de outra. Koff equivocou-se na sua colocação sobre a relação entre o Grêmio, a Arena e a OAS no programa Pátria Tricolor porque, naquele momento, não tivera acesso aos contratos e preocupou-se a partir de uma primeira impressão;

11) A questão não é de inimizade ou de falta de um ícone: Koff deixou bem claro na apresentação do projeto para TODOS os grupos na última segunda-feira que quer uma gestão COMPARTILHADA e PARTICIPATIVA. Porém, advertiu: quem quiser participar, vai ter que trabalhar – e muito. Quem não quiser trabalhar ou quem quiser mandar contra, não precisa nem se aproximar;

12) Na política, quem é eleito democraticamente possui o aval de seus eleitores pra legislar, executar e comandar. Logo, Odone é, hoje, presidente de TODOS os gremistas, assim como foram todos os outros antes dele e o serão todos os que o sucederem;

13) Cada grupo possui uma concepção de comando. Logo, cada um tem seus amigos, conhecidos e um conceito subjetivo de competência e de como operacionalizar o clube. Ninguém irá deixar na sua gestão alguém em quem não confia ou alguém que pense diferente. Isso é natural. O que une as diferenças em um eixo de trabalho e de praticas comuns é o Planejamento Estratégico, que o próprio Odone, que antes o chamava de “os quadradinhos do Preis” posteriormente admitiu que salvaram o clube na volta da Série B.

Portanto, amigos, independentemente de quaisquer desavenças, Odone, Antonini e os movimentos que fazem parte da sua coligação alguma vez expuseram a TODOS os grupos um plano de governo e convidaram A TODOS para participar?!

Pensem nisso.

@heliopaz Hélio Sassen Paz


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