sexta-feira, 23 de setembro de 2011

SEU JOÃO: "MAS QUE ATAQUE DE ASMA!"

Meu querido amigo @cajosias (um caloroso e combativo capricorniano) postou abaixo uma crônica tão bela quanto imperdível sobre o jogo de ontem: nela, o caríssimo autor fez um link com o seu saudoso pai, Seu Carlos. Sem querer imitá-lo, vou trazer o Seu João Edson Menezes Paz (um geminiano do terceiro decanato, caracterizado pela liderança e por procurar relacionar-se com todos) de volta por uma razão muito especial: sua morte completou nove anos ontem. :"(

Meu pai nascera no dia 19/06/1930 em Cacequi/RS. Apenas seis dias antes, a primeira Copa do Mundo da FIFA iniciara-se em Montevideo, URU. Ao longo do penoso parto que vitimou a minha avó Haydèe Vieira de Menezes Paz e que enlutou o meu avô Edegar Paz Padilha (cujo nome fora registrado à moda espanhola) por uma esposa na primeira de quatro viuvezes, meu pai lutava para vir ao mundo em meio à rodada dupla no Centenario, lotado com 50.000 espectadores. Lá em terras charruas tão significativas para o imaginário da nossa torcida tricolor, o CHI venceu a FRA por 1x0 e, na sequência, nossos também (pelo menos para mim) queridos vizinhos da ARG sapecaram 6x3 naquele outro país latino que tem por hábito "lutar como nunca e perder como (quase) sempre", o MEX.

O Pai nasceu, então, sob a bênção da competição esportiva de seleções mais apaixonante e midiatizada da história da humanidade. Mas o Vô Edegar (libriano, justo, correto, de um senso estético apurado e sempre disposto a agradar bastante àqueles que ama) não deixou por menos: por um capricho da natureza, nosso querido, sisudo e operário patriarca veio ao mundo no dia 08/10/1903 em Santana do Livramento. O nosso Grêmio completara 23 dias de idade, eu nasci no dia 23/05/1973 e a minha amada @lubelskina nasceu no dia 09/10 (mais um geminiano, mais uma libriana).

Enfim… Não creio em religião nem em mito algum: creio, sim, no amor, na solidariedade, na união e na ciência. De qualquer forma, a astrologia apresenta uma lógica da qual não consigo me desvencilhar… ;)
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Ontem, acordamos tristes: minha irmã mais velha (outra libriana - não por acaso aquela com quem mais dou risadas e que é a mais parceira pra nos divertirmos, pois os gostos são parecidos), que tem quase 16 anos de diferença em relação a mim, a rapa do tacho, passou em casa pra buscar a Mãe (uma sagitariana que, segundo os astros, combinava perfeitamente com o Pai, assim como eu e a Lu - em encontros fortuitos, mas cheios de significados) para a triste rotina que repetir-se-á enquanto Dona Eni estiver por aqui (e que isso dure por pelo menos mais dez, vinte anos!): visitar o jazigo perpétuo da Família Paz, onde o Vô e o Pai estão engavetados no Cemitério Ecumênico João XXIII, virados para o Olímpico Monumental – uma feliz escolha do Vô.

Quando o Pai morreu em 22/09/2002, eu tinha 29 anos e havia voltado de uma belíssima experiência profissional e de vida no Rio de Janeiro há pouco mais de um ano. Seu passamento precoce deveu-se a um impiedoso câncer de esôfago. Foram três tumores malignos causados pelo tabagismo e pela preferência de beber café e chimarrão pelando de quentes. Até então, sua saúde era de ferro, mesmo apesar do diabetes, que não havia comprometido absolutamente nada as suas habilidades físicas. Foi algo muito rápido – ele faleceu exatamente seis meses após o resultado dos exames.

No dia 27/10/1973, com cinco meses e quatro dias de vida, recebi o meu batismo gremista: Seu João e Dona Eni costumavam me levar nos domingos de sol a um antigo parque que hoje faz parte de um vasto terreno da Secretaria da Agricultura do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, situada à avenida Getúlio Vargas, no bairro Menino Deus. Lá, havia um estande de torcidas do Grêmio (nessa o Josias vai poder me ajudar melhor, pois o Pai não lembra quais eram as torcidas organizadas existentes à época).

Um dos jovens tricolores portava uma dessas faixas para a testa. Vendo este antigo nenê dormindo tranquilamente dentro do carrinho, perguntou: "Posso?"

O Pai e a Mãe não pensaram duas vezes: "Pois não!".

Ao estender aquela faixa de testa para adultos no meu corpo com cerca de 68,5 cm e mais de 8  Kg (havia nascido com 52 cm e 3,175 Kg - dados da carteirinha de vacinação), virou uma faixa de campeão no meu peito. 

Pra completar a "cerimônia", o rapaz disse: "Eu te batizo gremista!" \o/ 

O Pai guardou a faixa do meu batismo gremista (que carregarei comigo com carinho até o dia em que eu voltar a fazer parte da cadeia alimentar como presa de diversos microorganismos), onde anotara a escalação do time que - naquele instante - acabara de vencer o Flamengo no Maracanã por 2x1. Hoje, temos a Futpedia do GloboEsporte.com pra recordarmo-nos de que o gol rubro-negro fora de Dadá Maravilha e que o TRICOLOR DOS PAMPAS o bateu de virada com TARCISO e LOIVO.
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Quando o Pai morreu, foi uma semana de clima frio, nublado, com muitas garoas no estilo "molha bobo". Era um céu cinzento sem nuances, sem distinção entre as nuvens. Quando chegou a ambulância nº7 da Ecco Salva na tarde de quarta, eu sabia que o Pai sairia do hospital direto para o cemitério. Só não sabíamos que (felizmente, para o estado de gravidade em que estava, tadinho) seria tão rápido.

O Pai faleceu num domingo. Lembro que ele passou suas últimas noites à base de cortisona e morfina, esquelético, sem falar coisa com coisa, com a pele em um tom amarelo acinzentado, exalando um cheiro putrefato de sua garganta (eram os malditos tumores). Das poucas coisas com sentido que ele falava, ficou claro que ele tinha medo de dormir, mesmo à base de Dormonid (qualquer um capota 12h com um comprimido daqueles - a não ser que esteja com a adrenalina a mil). Passou pelo menos duas noites em vigília absoluta, pois achava que, se descansasse, não acordaria mais.

Eu estava estranho na madrugada anterior ao seu falecimento: não consegui pregar o olho, mesmo em casa, na internet, conversando com alguns amigos via ICQ. Lá pelas 6:30h, a irmã que veio imediatamente antes de mim (12 anos mais velha, dotada do lirismo e do senso de família característico dos piscianos) e que mora no meu adorado Rio de Janeiro, passara aquele último mês de vida do Pai aqui em POA. Ela dormia no hospital com a Mãe. Tocou o telefone. A Tita disse: "Preto, o Pai "descansou". Te arruma. O Ricardo (nosso irmão, 14 anos mais velho do que eu) vai te pegar."

Foi um dia diferente: ao raiar do dia, ele pediu um beijo à Mãe. As nuvens se dissiparam, o sol voltou e ele apagou. :"(

O enterro foi às 17h. às 16h, começava Grêmio x Vitória logo ali embaixo, no Olímpico. Tudo o que eu mais queria era que nada daquilo estivesse acontecendo pra que eu pudesse estar lá na Social, entrar pelo portão 1 e me dirigir ao lado esquerdo, para ficar defronte ao bar, perto da marca de escanteio à direita da goleira da av. Carlos Barbosa - lugar importante para mim, pois foi onde assisti à final da Libertadores de 1983 com o Vô e onde eu e o Pai costumávamos sentar.

Eu não aguentei a missa e saí da capela. Aquele discurso deprê iria demorar quase uma hora e só servia pra acabar com toda e qualquer resistência da Mãe. Não podia mais suportar aquela cena. Felizmente, os fogos da entrada do time em campo e os quatro gols da nossa acachapante goleada, que acompanhei en passant quando encontrei alguns parentes e amigos ateus, agnósticos ou crentes que não compactuavam com aquele tipo de discurso feito pra matar mais uns quantos de melancolia na cantina ou nos bancos ao redor da capela. Foram três gols de Rodrigo Fabri e um de Emerson. Soubera muito depois que Danrlei fora expulso e que Tite tivera que substituir o Papa-Léguas Luís Mário pelo goleiro Marcelo Pitol.
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Bem… Ontem, foi o nono 22/09 após a morte do Pai. O cara que me levou pra assistir a algo entre 100 e 200 jogos do Grêmio em casa e que realizou o meu dèbut em 1979 contra o Riograndense (da terra do Josias) não está mais entre nós. Mas, no dia em que ele nos deixou, o Grêmio brilhou. E eu fui ao Olímpico ontem com essa esperança. Porém, estava bastante preocupado, pois sabia que o Botafogo do meu queridíssimo amigo @stelles_13 está entre os três ou quatro times  mais bem armados do Brasileirão 2011. Caso tivéssemos vencido, certamente seria um resultado muito, muito sofrido. E era assim que eu esperava que o desfecho se daria…

A @lubelskina não pode ir. Quando o jogo cai no meio da semana e é no horário predileto da Globo, isto é, no "Corujão" das 21:50h, 21:55h ou 22:00h, ela tem tempo de chegar. Porém, quando é às 20:30h ou mais cedo, ela nem arrisca chegar apenas para o segundo tempo. Com isso, pude emprestar a carteirinha dela para o querido @geral_gremio. 

Em termos de confraternização, havia muito tempo que eu não chegava ao estádio em meio a uma quantidade de gremistas tão queridos, mesmo que com poucos encontros prévios e nenhuma intimidade com vários deles: de cara, no Bar da Tia Beth, encontrei a @Gica_Paixao, o @mwgremio, o @andersonkegler, o @giulianovieceli e o @geral_gremio. Foi um papo breve, de 15 min., mas extremamente agradável, divertido, assertivo e enriquecedor. Ao contrário do que quase sempre faço, ao invés de entrar pelo portão 1 e ir para a goleira da Carlos Barbosa, entrei pelo portão 5. Acredito que o @evandropezzini e o @caouivador estivessem sentados no mesmo lugar de sempre. Porém, não apenas não os encontrei como também não levei o meu celular, pois estava descarregado e havia esquecido de carregar a sua bateria antes de sair de casa.

Como já disse antes, no creo en brujas Pero que las hay, las hay: por uma incrível coincidência bastante recorrente que não merece respeito científico nem mitolóigico e que não compensa um esforço de superstição, o Grêmio dificilmente ganha quando há uma quebra na nossa rotina: sentamos quase sempre na mesma região do estádio. Ali, há algumas dezenas de sócios que quase sempre comparecem e situam-se bastante próximos. Quando a maioria deles não vai e o público daquele setor da Social se modifica bastante, por coincidência, o resultado não costuma ser favorável. Quando eu me desloco dali, a usualmente desagradável consequência desse evento fora do hábito padronizado também costuma se repetir.

Vamos combinar: isso só serve pra "mexer" com os amigos ("pé frio", "moscão", "quem mandou sair dali", etc.). Afinal de contas, a @geralp10oficial voltou a poder usar instrumentos musicais e trapos; jogávamos em casa, onde @juarezroth ainda tinha 100% de aproveitamento na passagem atual pela nossa casamata; e eu encontrei muita, mas muita gente boa MESMO: lá dentro, achamos o Tessis, o @marcelorichterm , o @paulinhonando e o grande César Fernandes, caras muito legais do @gremioprata, além das queridíssimas @helenfvargas e @drigremista. Aliás, a Dri contou a bela história de ter sido escolhida pra fazer parte da história do Grêmio e mostrou com orgulho a linda placa em homenagem à primeira sócia a visitar o Espaço Arena. :)
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Voltando ao plano objetivo: sem entrar em tática e nem em polêmica alguma, percebi um @gremiooficial inseguro e indeciso ofensivamente, ainda que tivesse terminado o 1º tempo com 11 conclusões x apenas uma do Botafogo e com uma ampla superioridade também na posse de bola (60% a 40%).

Todavia, faltaram triangulações, passagens, cruzamentos, "dois-uns", velocidade e iniciativa: o Grêmio chegava não chegando. O Grêmio dominava não dominando. Era uma partida em que seria absolutamente plausível todos acreditarmos em mais três pontos – a despeito de não estarmos lidando com um adversário frágil.

No intervalo, bateu aquela má sensação que eu tivera no Grenal decisivo do Gauchão 2011 quando não matamos o jogo após o gol do hoje renegado Lúcio: muito mais do que uma sucessão de gols claros perdidos inexplicavelmente, tivemos uma única chance inaceitavelmente desperdiçada no 1º tempo - um cabeceio para fora por André Lima, ex-botafoguense, ruim, de uma carreira sem títulos relevantes, que se esforça quando não precisa e que se omite quando dele mais necessitamos.

O Fogão, por sua vez, teve apenas um lance perigoso nos primeiros 45 minutos: logo no 1º minuto do cotejo, o melhor lateral-esquerdo do campeonato, Cortês, superou facilmente o internacional Mário Fernandes, cruzou rasteiro para a área e pegou nossos zagueiros Edcarlos e Rafael Marques (este último, a exemplo do avante André Lima, mais um ex-botafoguense dos tempos das vacas magras, jogador de espírito perdedor e de baixa qualidade técnica) com as calças na mão. Para a nossa sorte, nem Loco Abreu e nem Herrera conseguiram encostar na bola.

As estatísticas enganosamente favoráveis ao nosso Tricolor dos Pampas mascararam a incapacidade de Mário Fernandes funcionar como apoiador pela direita em uma péssima jornada do lento Marquinhos e do (a meu ver) caríssimo, medíocre, nada líder e carente de iniciativa e de qualidade Fábio Rochemback. Raríssimas foram as vezes em que a bola saiu dos pés do catarinense ou do volante viajado e poliglota que foram lançadas com aceleração na direção certa, mesmo quando o jovem Mário esteve disponível para realizar uma jogada pelo corredor.

O mesmo pode-se dizer do lado esquerdo: o limitadíssimo Bruno Collaço é incapaz de cruzar uma bola precisa para a área. Ele é tão pequenino que, mesmo fazendo um esforço hercúleo para correr, dificilmente obtém vantagem contra marcadores que, embora medíocres, superam-no mediante pouco esforço. Seu entendimento com Escudero foi melhor, houve também mais espaço, mais iniciativa e dois arremates fortíssimos de fora da área do menino @fe17oficial. O volante estava sendo o melhor jogador do Grêmio até ter tido que deixar o gramado lesionado. :(

Douglas foi impedido de acelerar tanto os seus passos quanto a bola, apesar dos seus esforços constantes e de não ter sido omisso. Do outro lado, o alvinegro da estrela solitária tinha dois SENHORES volantes: o menino Lucas Zen e o experiente e multicampeão Renato. Dali, saíam contra-ataques de qualidade e uma marcação leal e bem posicionada. Miralles foi "só esforço", pois não possui drible, velocidade e nem força suficientes pra se impor. Brandão tem mais qualidade do que tem sido possível demonstrar aqui no Grêmio. Todavia, ele é um homem que busca o jogo, mas tem sido instruído a privilegiar o seu porte físico via jogada aérea.

Contudo, não basta muito para um bom técnico como Caio Júnior encontrar soluções acessíveis em um plantel que se, por um lado, não possui nenhum grande jogador, por outro lado também não apresenta nenhum boleiro ruim. As peças de reposição são tão homogêneas que, na ausência do subcapitão Marcelo Matos, entrou o imberbe menino Lucas Zen no mesmo nível. O lateral Bruno Cortês é veloz, é participativo, morde sem bater e participa de tabelas, se apresenta para o jogo. O ainda jovem mas já rodado meia-esquerda Maicosuel, o central Everton e o direito Elkeson são anos-luz mais movediços e insinuantes do que os nossos Escudero, Douglas e Marquinhos. E, na zaga, basta apenas jogar concentrado e sem inventar: não é necessário a quem não sabe executar um lançamento, pois todo o meio de campo sabe passar bem a bola. A modesta dupla de zaga botafoguense jamais levaria gols pelo alto do segundo pior ataque do campeonato, pois compõe a segunda melhor defesa. Antônio Carlos e Fábio Ferreira tem como virtude não serem lentos, não se apavorarem com chutões a esmo (hobby predileto de Saimon e Edcarlos, que oferecem contra-ataques a torto e a direito) e não serem lentos. Sua estatura elevada, aliada à essas características, obriga times como o do Grêmio a deixarem de usar esse futebol antigo de contra-ataques sem posse de bola e de jogadas aéreas. Todos os jogadores do Botafogo apresentam proximidade nas aproximações – o que minimiza os passes errados e propicia uma retomada imediata para rápidos contra-ataques.

A marcação dos três meias tornou-se fácil. A falta de um dos laterais titulares representa um terrível abismo em relação a seus substitutos. A falta de opções disponíveis complica a vida de Celso Roth até mesmo quando o treinador acerta em não mais atolar o time de volantes como antigamente. O Grêmio, limitado pela inépcia de mais uma direção de futebol semiamadora, possui quatro volantes de características completamente distintas entre si, que impedem a escolha por uma dupla verdadeiramente eficiente.

@gilbertosilva15 é experiente, tem um excelente passe, desarma com simplicidade sem bater e arrisca chutes de fora da área. Contudo, não possui velocidade e passa a maior parte do tempo recuado, sem realizar a movimentação de área a área que os ingleses chamam de "box to box". @fe17oficial é veloz, tem bom passe, chuta bem de fora da área, mas apresenta muitas situações de afoiteza. Ambos atuam pelo lado esquerdo e apresentam um decréscimo técnico se tiverem que jogar pelo lado direito.

@adilson_warken costuma errar o bote e é envolvido nos contra-ataques, mas sabe tabelar, triangular e realizar o último passe próximo à área adversária. Erra vários passes, mas ajuda o time a partir para o contra-ataque. Fábio Rochemback é lento, chuta mal, lança bem, marca razoavelmente, mas é tão indeciso e claudicante quanto Adilson para definir para quem e quando passar a bola. Nenhum dos dois pode jogar pelo lado esquerdo.

@gilbertosilva15 e @fe17oficial não podem jogar juntos, embora sejam os melhores. @adilson_warken, sempre tão criticado (e, normalmente, com razão), já demonstrou em pelo menos três oportunidades neste ano que atua muito melhor quando não possui Rochemback a seu lado.

Sem o pentacampeão mundial Gilberto, é um desperdício de dinheiro contarmos com ele. Como temos problemas gravíssimos na zaga, sugeriria testá-lo ali, onde já atuou no sacrifício algumas vezes. Todavia, pergunto: será que ele quer ir para a zaga?!

Há ainda o menino @mateusmagro . Ele sempre demonstrou muita qualidade com a bola e de posicionamento. No entanto, nas pouquíssimas oportunidades que recebeu de Renato, Julinho e Roth, seja por timidez, seja por fragilidade física, infelizmente, ainda não conseguiu mostrar o seu bom futebol das categorias de base. Pronto ou não, como ele é o futuro, deveria, sim, ser mais utilizado.

Consequentemente, apenas no exemplo acima da principal posição do meio-de-campo no futebol contemporâneo (cobre a zaga e as laterais, marca, sai jogando, arma, aparece como fator-surpresa), percebe-se a total falta de política de promoção e de contratações.

Com isso, digo que o Grêmio precisa repensar a sua maneira de fazer futebol. Pelaipe possui como única virtude conhecer empresários e ter boa memória para lembrar de jogadores com um certo nome que deduz terem qualidade e características suficientemente sólidas para atuar pelo nosso clube. Porém, não entende nada sobre gestão de pessoas, análise do mercado, interação e unificação de trabalho com as categorias de base. É um bombeiro, assim como Renato Portaluppi e Celso Roth. Antes dele, por um mero arranjo político, Odone parecia não confiar e não querer trabalhar com Antônio Vicente Martins e sua equipe. Aliás, diga-se de passagem, no final da sua gestão anterior e durante boa parte dos anos Duda Kroeff, Odone já havia feito o que não se faz pela primeira vez, ou, seja – trazer um antigo dirigente fracassado para tomar conta do futebol outra vez. Esse foi o caso de Luiz Onofre Meira, que repetiu-se com Antônio Vicente Martins.

O gerente de futebol precisa ser um gestor de pessoas. Precisa saber traçar um objetivo para o futebol em função do orçamento disponível. E a sua principal contratação é a de um treinador. O treinador, por sua vez, só poderá ser devidamente avaliado se ele puder ser o responsável pela escolha de todas as contratações para a temporada corrente.

Enquanto isso não ocorrer, o Grêmio será o mesmo da década: um grande clube com times médios ou ruins que, eventualmente, apresenta alguns brilharecos.
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O Pai teria dito, na saída do jogo de ontem, ao nos encaminharmos para o posto da Carlos Barbosa, darmos o troco ao tiozinho e voltarmos com o rádio ligado no carismático Chevette 1976 azul:

– MAS QUE ATAQUE DE ASMA, HEIN, TCHÊ? Esse André Lima não pegava nem a minha reserva no segundo quadro do Avaí da Cidade Baixa!

@Chegremista @heliopaz Hélio Paz

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