quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O Golaço da direção, o que é notícia, a Barrigada do Conselheiro noviço e a raposa

1. O ACERTO. Direção erra, vem a critica, se for o caso forte. É do jogo, quem está dirigente ou aprende isto ou não dirige. A banca paga e recebe. Direção renova contrato de M Fernandes, nossa jóia preciosa e rara. Golaço da direção. Pensa 2012, bom isto heim ? Assim que se age, sem jogar a toalha, comendo pelas beiradas e degustando. Tudo no futebol é risco em determinadas circunstâncias. Tudo, ou quase tudo, é aposta quando se trata de jogador jovem. O futuro pode negar o empreendimento. Faz parte. O que se exige é que se faça. E que se tente fazer bem. Se amanhã ou depois der errado, bem o acerto futuro nem sempre acontece, mas o acerto depende da coragem e da disposição. A renovação de M Fernandes é de aplaudir. A vaia seria se isto não fosse feito. Contra o Cruzeiro o torcedor tem que aplaudir M F e a direção que fez bem, muito bem, em mantê-lo. E segue o baile.

2. A NOTÍCIA. No meu tempo noticia era o homem morder o cachorro, não o cachorro morder o homem. M Fernandes não embarcou para jogar na seleção. É notícia ? Sim, polêmica exaustiva ? Por quê ? Murici recusou treinar a seleção por uma grana preta. Foi digno de elogios: isto que é profissional preferiu ficar no Flu, era o que diziam por aqui os tietes do treinador – bom por sinal. Quantos já se recusaram a jogar na seleção ? Romário, ah, mas tava já no auge da carreira !!! Sim mas o que é mais corajoso deixar de ir no auge – quando era considerado o melhor do mundo – ou quando se está iniciando a carreira ? Anhram, vai vendo, como diz @andersonkegler. O próprio Rei do Futebol disse não à seleção. M Sampaio abandonou a seleção no Aeroporto, não embarcou. Vejam bem, não me comparem com o caso Arilson que fugiu da concentração. M Fernandes não foi. Contra o Cruzeiro vamos ver o que o torcedor pensa quando ele entrar com a tricolor. A nossa seleção é o GFPA. Querem notícia ? Pois é, o co-irmão está com 40 dias de atraso de salário ... ah, mas dizem, não é salário é direito de imagem. Anram sim, e direito de imagem é o que mesmo ? O Beira Rio está enfermo, parado, com um buraco no meio. Ah, mas isto não é noticia. Claro. E desde que um Vice preterido nas eleições, certo ou errado, problema dos reds, determinou - enquanto o avião zarpava rumo ao fiasco Mazembe – a quebradeira. Afinal é só o homem mordendo o cachorro.

3. O CONSELHEIRO E O PORTEIRO. Alguns conselheiros têm que aprender que ser conselheiro não é prêmio, brinde, homenagem, ou título que se ostente em diploma. É encargo. O cara tem que trabalhar e se dedicar pelo clube, entender a sua grandeza. Ser conselheiro não é sinônimo de autoridade atrás de benesses, privilégios e ou aparência. Ao longo de anos trabalhando no clube um dos meus – e de tantos conselheiros, e dirigentes, e ex que conheço – grandes orgulhos é de conhecer se não 100% quase isto de funcionários do Grêmio. Do Porteiro ao Seu Verardi sei nome e ocupação. E se não 100% quase todos me conhecem, a mim e tantos outros, como disse, atuais e ex. Normal, ora, 20 anos lá dentro o anormal seria eu não os conhecesse, embora hajam muitos anormais .... E todos me têm respeito e muitos destes carinho admirável, com recíproca verdadeira. Encontro um Porteiro do clube já com anos de boa e limpa e dedicada ficha funcional. Me relata caso que não surpreende porque não é o primeiro semelhante, tampouco é situação privilegiada da atualidade. É uma repetição de anos envolvendo quem não tem preparo para exercer tal função. E a falta de preparo, repito, não é um ´privilégio` de hoje. Pois o relato dá conta de um conselheiro noviço ( por casualidade é novo, porque já vi, ouvi e presenciei situações do tipo com antigos...) que chega ao estádio com uma ´tripa` de convidados. Deslumbrado com a condição se dirige a um portão e tenta entrar pela catraca com seus convivas no que o Porteiro obstaculiza e lhe diz educadamente: aqui não pode entrar. Leva um carteiraço: sou conselheiro do Grêmio e entro aonde quiser no estádio e me admira que não saibas disto ? Não, lhe obsta o educado funcionário, o senhor pode entrar pelo elevador, lá se identifique e cumpra o ritual de entrada com quem estiver cuidando daquela entrada adequada a conselheiros e seus convidados, aqui não, aqui só credenciado, proprietários de cadeira etc... Como é o seu nome, adverte o ousado conselheiro e logo a seguir arremata dirigindo-se ao empregado do clube: eu nem lhe conheço, o senhor não deve ir nunca as reuniões do CD porque nunca lhe vejo lá por isto o senhor não sabe quem eu sou ??????????? Sou faltou perguntar: qual o seu Grupo ? Meu Deus, o conselheiro achou que o empregado seria outro conselheiro cuidando do local como vários outros que fazem isto abnegadamente. Foi mal amigo, foi mal. A primeira coisa que se aprende no judô é que nada se sabe, por isto a faixa branca, a da ignorância (verdadeira força de expressão verdadeira gafanhoto ... mais ai já é outra luta ....): a 1ª coisa que um conselheiro, se quer mesmo prestar um bom trabalho ao clube, tem de aprender, é que ele está ali porque o torcedor que é muito mais importante do que ele lhe confiou à condição de representá-lo. Quem não sabe representar o torcedor que aprenda antes a importância do que vai fazer. Outros têm que aprender que a HONRA e o SONHO é ser GREMISTA não ser conselheiro e que para ajudar o clube o cara não precisa ser do CD, quem empurra o time é o torcedor....mas isto o tempo talvez ensine a alguns. Lamentável. Mas não é novidade, para quem viveu o clube, isto não é noticia, mas para que está de fora isto é. São outros quinhentos. Mico se paga no Beira Rio. Se o exemplo não vem de cima....bem então senta num formigueiro meu camarada ! O bom do fato é que o cara não intimidou o funcionário confundido com conselheiro e sei lá como foi que entrou pelo reservado dos conselheiros. Gol do torcedor, até ali, naquela entrada.

4. CONTRA O CRUZEIRO. O fato novo está criado. É Mário Fernandes. Que se lote o Olímpico e que se coloque a raposa na toca. Vamos aplaudir o garoto, ele PREFERIU O GRÊMIO. Como disse certa vez o Dr. Koff, o Grêmio não é maior do que todos, MAS NINGUÉM É MAIOR DO QUE O GRÊMIO. Jamais nos matarão.

Saudações tricolores
@cajosias Carlos Josias 
 
Share |

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Mudanças

A democratização das informações a partir das redes sociais está modificando o antigo e ultrapassado sistema de notícias. É evidente, que muitas pessoas ainda não entenderam o poder desta modificação estrutural; agora e para sempre, o cidadão comum tem e terá espaço para divulgar o que pensa sobre o que vê. A imprensa corrupta que trabalhava sob as diretrizes de perpetuar interesses, era munida de força econômica suficiente para distorcer informações à medida de suas necessidades e torná-las verdade ao publicá-las. Bom, este tempo passou. Eu falo, tu falas, ele fala...nós todos falamos – inclusive mal da imprensa, caso pensemos que estão tentando nos manipular. 

Dentro desta alteração de paradigmas, também é importante a imposição da velocidade em tempo real das notícias. Assim, vemos “repórteres” retorcendo fatos e afirmações para preencherem blogs, páginas virtuais de jornais – criando notícias, antes mesmo que existam, para sustarem a expressão “jornalismo em tempo real”, mesmo que o “real”, se aplique somente ao tempo, mas não à notícia. Furos fictícios – que justificam a pretensa informação privilegiada. Mas, a notícia, a verdade, ninguém sabe; ou ao menos, não se espera que o fato efetivamente ocorra para que possa ser divulgado de forma informativa e séria. 

Não há mais um proprietário da verdade, a Internet democratizou as informações, talvez de forma benéfica para nós – o cidadão comum, mas de forma perigosa para quem antes detinha o poder de ter a verdade. Exemplo explosivo desta realidade é o caso Mário Fernandes do Grêmio; onde mesmo sem se saber o que havia acontecido, ou estava ainda acontecendo – já haviam publicações tortuosas de colunistas, afirmando ao vento, qualquer coisa que lhes vinha à cabeça. 

Senhores jornalistas, modelados na Idade Média, com felicidade informo – o tempo de donos da verdade, acabou – a verdade é democrática – e não pertence a mais de ninguém – é de todos. Em cada situação em que vemos vocês, da pretensa impressa séria, fazerem bugalhos com informações incompletas e frases descontextualizadas - outra verdade surge. Vocês além de ultrapassados estão, talvez, se mostrando de uma incompetência preocupante. E sim, eu me preocupo, pois impressa séria é fundamental para a construção de um país.  E aqui, Brasil, há muito para ser construído.

@AndersonKegler  Anderson Kegler
 
Share |

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

[Pós-Jogo] Avaí 1 x 2 Grêmio

Antes tarde do que mais tarde. O Grêmio precisava vencer para não entrar em crise novamente. Contra o vice-lanterna Avaí, que está lutando contra a areia movediça, essa missão parecia mais difícil.

O jogo começou morno e sonolento. O Grêmio tinha mais posse de bola, mas apenas rondava a área do Avaí. Já o time catarinense chutava mais a gol e fez Victor trabalhar. Quando pareceu que o 0 x 0 seria a justa coroação de um primeiro tempo monótono, Mario Fernandes mostrou por que foi convocado. Em bela jogada individual, marcou o golzinho chorado que colocou o Grêmio na frente.

O Grêmio voltou sem alterações para o segundo tempo, mas já aos 24 segundos de jogo, parecia outro time. Douglas marcou abrindo 2 x 0 e o jogo pareceu que ficaria fácil. O tricolor ainda perdeu chances de ampliar o placar com Escudero, André Lima e Fábio Rockenbach e dominou o Avaí até a metade do segundo tempo. Então, Pedro Ken cabeceou dentro da área. A bola bateu nas costas de Gilberto Silva e entrou no cantinho esquerdo de Victor. Estava decretado o sufoco pelo resto do segundo tempo.

Celso Roth então confirmou que é retranqueiro de carteirinha. Sacou Marquinhos e colocou Adilson no time. Também trocou André Lima por Brandão. Mostrou claramente que o que interessava era não tomar o segundo gol, em lugar de tentar o terceiro. Adilson entrou bem no jogo, mas Brandão, como sempre, pouco fez além de aparecer com sua chuteira reluzante. Com alguma dificuldade o Grêmio segurou o ímpeto do Avaí e saiu da Ressacada com três pontos muito importantes. Apesar de a colocação do Grêmio permanecer a mesma, nos distanciamos do Z-4.

Foto: clicrbs.com.br

@anniefim  Annie Fim 

[Narrativa da Samanta]

Nesse domingo o Grêmio enfrentou o Avaí em plena Ressacada e venho com satisfação e alívio descrever um pouco sobre o jogo. Porque tudo isso? Pois tivemos uma vitória fora de casa e o futebol apresentado no primeiro tempo dá para se dizer que foi satisfatório, apesar do placar magro de 1x0, num gol feito por Mário Fernandes em bela arrancada. Eu vinha falando durante a semana que confiava nessa vitória, afinal pensamento otimista para um jogo contra a defesa mais vazada do campeonato, porém, pelo que eu vi na primeira etapa, esperava uns 3x0 ou até 4, era cabível.

Segundo tempo, no início, Douglas numa jogada com Escudero alarga o placar para 2x0, mas como de praxe o Grêmio quando está em vantagem recua ou “esquece” de jogar...o Avaí reagiu, gostou do jogo e não deixou por menos, Pedro Ken descontou para os donos da casa e pressionou até o final, foi sufoco até os 49 minutos. E só uma observação: quero ver os nossos ATACANTES fazendo gols, e muitos, o “camisa 9” (ou qualquer número que seja o centro avante, pois nem isso o futebol segue mais), honre essa camisa e nada melhor pra isso do que fazendo gols.

Nossos próximos dois confrontos são Cruzeiro e Santos em casa, sequência interrompida no meio da semana pelo clássico entre Argentina x Brasil, temos a chance de nos aproximarmos da libertadores, se garantirmos esses 6 pontos. 

@sah_damini Samanta Damini



Share |

domingo, 25 de setembro de 2011

[Pré-jogo] Avaí x Grêmio

Neste domingo, 25 de setembro de 2011, o Grêmio enfrenta o Avaí às 16 horas no Estádio da Ressacada em Florianópolis. O Avaí está no Z4, penúltimo colocado no Brasileirão, enquanto o Grêmio ocupa a 13ª colocação. Nem por isso um lugar confortável! O Imortal Tricolor vai em busca da vitória, precisa dos três pontos independente do local do jogo.

As duas últimas atuações do Tricolor deixaram a desejar, um pouco menos contra o Botafogo, onde faltou precisão e sorte. O fato é que Celso Roth não cansa nunca de suas “burRothices”, sempre disse que o mérito pelas vitórias consecutivas do Grêmio não era dele e sim da equipe. Agora ele surpreende alterando a equipe para o 4-4-2 cometendo o CRIME de deixar Escudero no banco de reservas. Marquinhos também vai para reserva, e no time entra Adilson e Brandão. Para substituir Fernando, suspenso, entra o experiente Gilberto Silva, o qual acho que dá bastante segurança para equipe principalmente pelos desarmes. Eu espero sinceramente que isso seja apenas um esquema para confundir o técnico do Avaí que pretende jogar baseado no esquema do Grêmio. Disso tudo, eu gostaria de ver Miralles jogar como seria no último esquema montando por Roth, e obviamente queria ver o Grêmio jogar no 4-4-2, mas com uma escalação diferente dessa provável: Victor; Mário Fernandes, Edcarlos, Rafael Marques e Julio Cesar; Gilberto Silva, Adilson, Fábio Rochemback e Douglas; Miralles e Brandão.

O fato é que independente da equipe que for a campo, e o esquema tático que for usar, o Grêmio precisa vencer e engrenar de vez! Independente de quem seja, não quer cabeças rolando quero é ir pra ponta de cima da tabela, quero ver o Imortal impondo respeito ao seu nome. Quero ver todos honrando a camisa que vestem, e devolvendo a alegria a essa torcida que faz de tudo por esse time. “Vamos Grêmio, hoje temos que ganhar!”

@alineremus Aline Remus, na esperança de manter o pé quente!


Share |

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

SEU JOÃO: "MAS QUE ATAQUE DE ASMA!"

Meu querido amigo @cajosias (um caloroso e combativo capricorniano) postou abaixo uma crônica tão bela quanto imperdível sobre o jogo de ontem: nela, o caríssimo autor fez um link com o seu saudoso pai, Seu Carlos. Sem querer imitá-lo, vou trazer o Seu João Edson Menezes Paz (um geminiano do terceiro decanato, caracterizado pela liderança e por procurar relacionar-se com todos) de volta por uma razão muito especial: sua morte completou nove anos ontem. :"(

Meu pai nascera no dia 19/06/1930 em Cacequi/RS. Apenas seis dias antes, a primeira Copa do Mundo da FIFA iniciara-se em Montevideo, URU. Ao longo do penoso parto que vitimou a minha avó Haydèe Vieira de Menezes Paz e que enlutou o meu avô Edegar Paz Padilha (cujo nome fora registrado à moda espanhola) por uma esposa na primeira de quatro viuvezes, meu pai lutava para vir ao mundo em meio à rodada dupla no Centenario, lotado com 50.000 espectadores. Lá em terras charruas tão significativas para o imaginário da nossa torcida tricolor, o CHI venceu a FRA por 1x0 e, na sequência, nossos também (pelo menos para mim) queridos vizinhos da ARG sapecaram 6x3 naquele outro país latino que tem por hábito "lutar como nunca e perder como (quase) sempre", o MEX.

O Pai nasceu, então, sob a bênção da competição esportiva de seleções mais apaixonante e midiatizada da história da humanidade. Mas o Vô Edegar (libriano, justo, correto, de um senso estético apurado e sempre disposto a agradar bastante àqueles que ama) não deixou por menos: por um capricho da natureza, nosso querido, sisudo e operário patriarca veio ao mundo no dia 08/10/1903 em Santana do Livramento. O nosso Grêmio completara 23 dias de idade, eu nasci no dia 23/05/1973 e a minha amada @lubelskina nasceu no dia 09/10 (mais um geminiano, mais uma libriana).

Enfim… Não creio em religião nem em mito algum: creio, sim, no amor, na solidariedade, na união e na ciência. De qualquer forma, a astrologia apresenta uma lógica da qual não consigo me desvencilhar… ;)
____________________

Ontem, acordamos tristes: minha irmã mais velha (outra libriana - não por acaso aquela com quem mais dou risadas e que é a mais parceira pra nos divertirmos, pois os gostos são parecidos), que tem quase 16 anos de diferença em relação a mim, a rapa do tacho, passou em casa pra buscar a Mãe (uma sagitariana que, segundo os astros, combinava perfeitamente com o Pai, assim como eu e a Lu - em encontros fortuitos, mas cheios de significados) para a triste rotina que repetir-se-á enquanto Dona Eni estiver por aqui (e que isso dure por pelo menos mais dez, vinte anos!): visitar o jazigo perpétuo da Família Paz, onde o Vô e o Pai estão engavetados no Cemitério Ecumênico João XXIII, virados para o Olímpico Monumental – uma feliz escolha do Vô.

Quando o Pai morreu em 22/09/2002, eu tinha 29 anos e havia voltado de uma belíssima experiência profissional e de vida no Rio de Janeiro há pouco mais de um ano. Seu passamento precoce deveu-se a um impiedoso câncer de esôfago. Foram três tumores malignos causados pelo tabagismo e pela preferência de beber café e chimarrão pelando de quentes. Até então, sua saúde era de ferro, mesmo apesar do diabetes, que não havia comprometido absolutamente nada as suas habilidades físicas. Foi algo muito rápido – ele faleceu exatamente seis meses após o resultado dos exames.

No dia 27/10/1973, com cinco meses e quatro dias de vida, recebi o meu batismo gremista: Seu João e Dona Eni costumavam me levar nos domingos de sol a um antigo parque que hoje faz parte de um vasto terreno da Secretaria da Agricultura do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, situada à avenida Getúlio Vargas, no bairro Menino Deus. Lá, havia um estande de torcidas do Grêmio (nessa o Josias vai poder me ajudar melhor, pois o Pai não lembra quais eram as torcidas organizadas existentes à época).

Um dos jovens tricolores portava uma dessas faixas para a testa. Vendo este antigo nenê dormindo tranquilamente dentro do carrinho, perguntou: "Posso?"

O Pai e a Mãe não pensaram duas vezes: "Pois não!".

Ao estender aquela faixa de testa para adultos no meu corpo com cerca de 68,5 cm e mais de 8  Kg (havia nascido com 52 cm e 3,175 Kg - dados da carteirinha de vacinação), virou uma faixa de campeão no meu peito. 

Pra completar a "cerimônia", o rapaz disse: "Eu te batizo gremista!" \o/ 

O Pai guardou a faixa do meu batismo gremista (que carregarei comigo com carinho até o dia em que eu voltar a fazer parte da cadeia alimentar como presa de diversos microorganismos), onde anotara a escalação do time que - naquele instante - acabara de vencer o Flamengo no Maracanã por 2x1. Hoje, temos a Futpedia do GloboEsporte.com pra recordarmo-nos de que o gol rubro-negro fora de Dadá Maravilha e que o TRICOLOR DOS PAMPAS o bateu de virada com TARCISO e LOIVO.
____________________

Quando o Pai morreu, foi uma semana de clima frio, nublado, com muitas garoas no estilo "molha bobo". Era um céu cinzento sem nuances, sem distinção entre as nuvens. Quando chegou a ambulância nº7 da Ecco Salva na tarde de quarta, eu sabia que o Pai sairia do hospital direto para o cemitério. Só não sabíamos que (felizmente, para o estado de gravidade em que estava, tadinho) seria tão rápido.

O Pai faleceu num domingo. Lembro que ele passou suas últimas noites à base de cortisona e morfina, esquelético, sem falar coisa com coisa, com a pele em um tom amarelo acinzentado, exalando um cheiro putrefato de sua garganta (eram os malditos tumores). Das poucas coisas com sentido que ele falava, ficou claro que ele tinha medo de dormir, mesmo à base de Dormonid (qualquer um capota 12h com um comprimido daqueles - a não ser que esteja com a adrenalina a mil). Passou pelo menos duas noites em vigília absoluta, pois achava que, se descansasse, não acordaria mais.

Eu estava estranho na madrugada anterior ao seu falecimento: não consegui pregar o olho, mesmo em casa, na internet, conversando com alguns amigos via ICQ. Lá pelas 6:30h, a irmã que veio imediatamente antes de mim (12 anos mais velha, dotada do lirismo e do senso de família característico dos piscianos) e que mora no meu adorado Rio de Janeiro, passara aquele último mês de vida do Pai aqui em POA. Ela dormia no hospital com a Mãe. Tocou o telefone. A Tita disse: "Preto, o Pai "descansou". Te arruma. O Ricardo (nosso irmão, 14 anos mais velho do que eu) vai te pegar."

Foi um dia diferente: ao raiar do dia, ele pediu um beijo à Mãe. As nuvens se dissiparam, o sol voltou e ele apagou. :"(

O enterro foi às 17h. às 16h, começava Grêmio x Vitória logo ali embaixo, no Olímpico. Tudo o que eu mais queria era que nada daquilo estivesse acontecendo pra que eu pudesse estar lá na Social, entrar pelo portão 1 e me dirigir ao lado esquerdo, para ficar defronte ao bar, perto da marca de escanteio à direita da goleira da av. Carlos Barbosa - lugar importante para mim, pois foi onde assisti à final da Libertadores de 1983 com o Vô e onde eu e o Pai costumávamos sentar.

Eu não aguentei a missa e saí da capela. Aquele discurso deprê iria demorar quase uma hora e só servia pra acabar com toda e qualquer resistência da Mãe. Não podia mais suportar aquela cena. Felizmente, os fogos da entrada do time em campo e os quatro gols da nossa acachapante goleada, que acompanhei en passant quando encontrei alguns parentes e amigos ateus, agnósticos ou crentes que não compactuavam com aquele tipo de discurso feito pra matar mais uns quantos de melancolia na cantina ou nos bancos ao redor da capela. Foram três gols de Rodrigo Fabri e um de Emerson. Soubera muito depois que Danrlei fora expulso e que Tite tivera que substituir o Papa-Léguas Luís Mário pelo goleiro Marcelo Pitol.
____________________

Bem… Ontem, foi o nono 22/09 após a morte do Pai. O cara que me levou pra assistir a algo entre 100 e 200 jogos do Grêmio em casa e que realizou o meu dèbut em 1979 contra o Riograndense (da terra do Josias) não está mais entre nós. Mas, no dia em que ele nos deixou, o Grêmio brilhou. E eu fui ao Olímpico ontem com essa esperança. Porém, estava bastante preocupado, pois sabia que o Botafogo do meu queridíssimo amigo @stelles_13 está entre os três ou quatro times  mais bem armados do Brasileirão 2011. Caso tivéssemos vencido, certamente seria um resultado muito, muito sofrido. E era assim que eu esperava que o desfecho se daria…

A @lubelskina não pode ir. Quando o jogo cai no meio da semana e é no horário predileto da Globo, isto é, no "Corujão" das 21:50h, 21:55h ou 22:00h, ela tem tempo de chegar. Porém, quando é às 20:30h ou mais cedo, ela nem arrisca chegar apenas para o segundo tempo. Com isso, pude emprestar a carteirinha dela para o querido @geral_gremio. 

Em termos de confraternização, havia muito tempo que eu não chegava ao estádio em meio a uma quantidade de gremistas tão queridos, mesmo que com poucos encontros prévios e nenhuma intimidade com vários deles: de cara, no Bar da Tia Beth, encontrei a @Gica_Paixao, o @mwgremio, o @andersonkegler, o @giulianovieceli e o @geral_gremio. Foi um papo breve, de 15 min., mas extremamente agradável, divertido, assertivo e enriquecedor. Ao contrário do que quase sempre faço, ao invés de entrar pelo portão 1 e ir para a goleira da Carlos Barbosa, entrei pelo portão 5. Acredito que o @evandropezzini e o @caouivador estivessem sentados no mesmo lugar de sempre. Porém, não apenas não os encontrei como também não levei o meu celular, pois estava descarregado e havia esquecido de carregar a sua bateria antes de sair de casa.

Como já disse antes, no creo en brujas Pero que las hay, las hay: por uma incrível coincidência bastante recorrente que não merece respeito científico nem mitolóigico e que não compensa um esforço de superstição, o Grêmio dificilmente ganha quando há uma quebra na nossa rotina: sentamos quase sempre na mesma região do estádio. Ali, há algumas dezenas de sócios que quase sempre comparecem e situam-se bastante próximos. Quando a maioria deles não vai e o público daquele setor da Social se modifica bastante, por coincidência, o resultado não costuma ser favorável. Quando eu me desloco dali, a usualmente desagradável consequência desse evento fora do hábito padronizado também costuma se repetir.

Vamos combinar: isso só serve pra "mexer" com os amigos ("pé frio", "moscão", "quem mandou sair dali", etc.). Afinal de contas, a @geralp10oficial voltou a poder usar instrumentos musicais e trapos; jogávamos em casa, onde @juarezroth ainda tinha 100% de aproveitamento na passagem atual pela nossa casamata; e eu encontrei muita, mas muita gente boa MESMO: lá dentro, achamos o Tessis, o @marcelorichterm , o @paulinhonando e o grande César Fernandes, caras muito legais do @gremioprata, além das queridíssimas @helenfvargas e @drigremista. Aliás, a Dri contou a bela história de ter sido escolhida pra fazer parte da história do Grêmio e mostrou com orgulho a linda placa em homenagem à primeira sócia a visitar o Espaço Arena. :)
____________________

Voltando ao plano objetivo: sem entrar em tática e nem em polêmica alguma, percebi um @gremiooficial inseguro e indeciso ofensivamente, ainda que tivesse terminado o 1º tempo com 11 conclusões x apenas uma do Botafogo e com uma ampla superioridade também na posse de bola (60% a 40%).

Todavia, faltaram triangulações, passagens, cruzamentos, "dois-uns", velocidade e iniciativa: o Grêmio chegava não chegando. O Grêmio dominava não dominando. Era uma partida em que seria absolutamente plausível todos acreditarmos em mais três pontos – a despeito de não estarmos lidando com um adversário frágil.

No intervalo, bateu aquela má sensação que eu tivera no Grenal decisivo do Gauchão 2011 quando não matamos o jogo após o gol do hoje renegado Lúcio: muito mais do que uma sucessão de gols claros perdidos inexplicavelmente, tivemos uma única chance inaceitavelmente desperdiçada no 1º tempo - um cabeceio para fora por André Lima, ex-botafoguense, ruim, de uma carreira sem títulos relevantes, que se esforça quando não precisa e que se omite quando dele mais necessitamos.

O Fogão, por sua vez, teve apenas um lance perigoso nos primeiros 45 minutos: logo no 1º minuto do cotejo, o melhor lateral-esquerdo do campeonato, Cortês, superou facilmente o internacional Mário Fernandes, cruzou rasteiro para a área e pegou nossos zagueiros Edcarlos e Rafael Marques (este último, a exemplo do avante André Lima, mais um ex-botafoguense dos tempos das vacas magras, jogador de espírito perdedor e de baixa qualidade técnica) com as calças na mão. Para a nossa sorte, nem Loco Abreu e nem Herrera conseguiram encostar na bola.

As estatísticas enganosamente favoráveis ao nosso Tricolor dos Pampas mascararam a incapacidade de Mário Fernandes funcionar como apoiador pela direita em uma péssima jornada do lento Marquinhos e do (a meu ver) caríssimo, medíocre, nada líder e carente de iniciativa e de qualidade Fábio Rochemback. Raríssimas foram as vezes em que a bola saiu dos pés do catarinense ou do volante viajado e poliglota que foram lançadas com aceleração na direção certa, mesmo quando o jovem Mário esteve disponível para realizar uma jogada pelo corredor.

O mesmo pode-se dizer do lado esquerdo: o limitadíssimo Bruno Collaço é incapaz de cruzar uma bola precisa para a área. Ele é tão pequenino que, mesmo fazendo um esforço hercúleo para correr, dificilmente obtém vantagem contra marcadores que, embora medíocres, superam-no mediante pouco esforço. Seu entendimento com Escudero foi melhor, houve também mais espaço, mais iniciativa e dois arremates fortíssimos de fora da área do menino @fe17oficial. O volante estava sendo o melhor jogador do Grêmio até ter tido que deixar o gramado lesionado. :(

Douglas foi impedido de acelerar tanto os seus passos quanto a bola, apesar dos seus esforços constantes e de não ter sido omisso. Do outro lado, o alvinegro da estrela solitária tinha dois SENHORES volantes: o menino Lucas Zen e o experiente e multicampeão Renato. Dali, saíam contra-ataques de qualidade e uma marcação leal e bem posicionada. Miralles foi "só esforço", pois não possui drible, velocidade e nem força suficientes pra se impor. Brandão tem mais qualidade do que tem sido possível demonstrar aqui no Grêmio. Todavia, ele é um homem que busca o jogo, mas tem sido instruído a privilegiar o seu porte físico via jogada aérea.

Contudo, não basta muito para um bom técnico como Caio Júnior encontrar soluções acessíveis em um plantel que se, por um lado, não possui nenhum grande jogador, por outro lado também não apresenta nenhum boleiro ruim. As peças de reposição são tão homogêneas que, na ausência do subcapitão Marcelo Matos, entrou o imberbe menino Lucas Zen no mesmo nível. O lateral Bruno Cortês é veloz, é participativo, morde sem bater e participa de tabelas, se apresenta para o jogo. O ainda jovem mas já rodado meia-esquerda Maicosuel, o central Everton e o direito Elkeson são anos-luz mais movediços e insinuantes do que os nossos Escudero, Douglas e Marquinhos. E, na zaga, basta apenas jogar concentrado e sem inventar: não é necessário a quem não sabe executar um lançamento, pois todo o meio de campo sabe passar bem a bola. A modesta dupla de zaga botafoguense jamais levaria gols pelo alto do segundo pior ataque do campeonato, pois compõe a segunda melhor defesa. Antônio Carlos e Fábio Ferreira tem como virtude não serem lentos, não se apavorarem com chutões a esmo (hobby predileto de Saimon e Edcarlos, que oferecem contra-ataques a torto e a direito) e não serem lentos. Sua estatura elevada, aliada à essas características, obriga times como o do Grêmio a deixarem de usar esse futebol antigo de contra-ataques sem posse de bola e de jogadas aéreas. Todos os jogadores do Botafogo apresentam proximidade nas aproximações – o que minimiza os passes errados e propicia uma retomada imediata para rápidos contra-ataques.

A marcação dos três meias tornou-se fácil. A falta de um dos laterais titulares representa um terrível abismo em relação a seus substitutos. A falta de opções disponíveis complica a vida de Celso Roth até mesmo quando o treinador acerta em não mais atolar o time de volantes como antigamente. O Grêmio, limitado pela inépcia de mais uma direção de futebol semiamadora, possui quatro volantes de características completamente distintas entre si, que impedem a escolha por uma dupla verdadeiramente eficiente.

@gilbertosilva15 é experiente, tem um excelente passe, desarma com simplicidade sem bater e arrisca chutes de fora da área. Contudo, não possui velocidade e passa a maior parte do tempo recuado, sem realizar a movimentação de área a área que os ingleses chamam de "box to box". @fe17oficial é veloz, tem bom passe, chuta bem de fora da área, mas apresenta muitas situações de afoiteza. Ambos atuam pelo lado esquerdo e apresentam um decréscimo técnico se tiverem que jogar pelo lado direito.

@adilson_warken costuma errar o bote e é envolvido nos contra-ataques, mas sabe tabelar, triangular e realizar o último passe próximo à área adversária. Erra vários passes, mas ajuda o time a partir para o contra-ataque. Fábio Rochemback é lento, chuta mal, lança bem, marca razoavelmente, mas é tão indeciso e claudicante quanto Adilson para definir para quem e quando passar a bola. Nenhum dos dois pode jogar pelo lado esquerdo.

@gilbertosilva15 e @fe17oficial não podem jogar juntos, embora sejam os melhores. @adilson_warken, sempre tão criticado (e, normalmente, com razão), já demonstrou em pelo menos três oportunidades neste ano que atua muito melhor quando não possui Rochemback a seu lado.

Sem o pentacampeão mundial Gilberto, é um desperdício de dinheiro contarmos com ele. Como temos problemas gravíssimos na zaga, sugeriria testá-lo ali, onde já atuou no sacrifício algumas vezes. Todavia, pergunto: será que ele quer ir para a zaga?!

Há ainda o menino @mateusmagro . Ele sempre demonstrou muita qualidade com a bola e de posicionamento. No entanto, nas pouquíssimas oportunidades que recebeu de Renato, Julinho e Roth, seja por timidez, seja por fragilidade física, infelizmente, ainda não conseguiu mostrar o seu bom futebol das categorias de base. Pronto ou não, como ele é o futuro, deveria, sim, ser mais utilizado.

Consequentemente, apenas no exemplo acima da principal posição do meio-de-campo no futebol contemporâneo (cobre a zaga e as laterais, marca, sai jogando, arma, aparece como fator-surpresa), percebe-se a total falta de política de promoção e de contratações.

Com isso, digo que o Grêmio precisa repensar a sua maneira de fazer futebol. Pelaipe possui como única virtude conhecer empresários e ter boa memória para lembrar de jogadores com um certo nome que deduz terem qualidade e características suficientemente sólidas para atuar pelo nosso clube. Porém, não entende nada sobre gestão de pessoas, análise do mercado, interação e unificação de trabalho com as categorias de base. É um bombeiro, assim como Renato Portaluppi e Celso Roth. Antes dele, por um mero arranjo político, Odone parecia não confiar e não querer trabalhar com Antônio Vicente Martins e sua equipe. Aliás, diga-se de passagem, no final da sua gestão anterior e durante boa parte dos anos Duda Kroeff, Odone já havia feito o que não se faz pela primeira vez, ou, seja – trazer um antigo dirigente fracassado para tomar conta do futebol outra vez. Esse foi o caso de Luiz Onofre Meira, que repetiu-se com Antônio Vicente Martins.

O gerente de futebol precisa ser um gestor de pessoas. Precisa saber traçar um objetivo para o futebol em função do orçamento disponível. E a sua principal contratação é a de um treinador. O treinador, por sua vez, só poderá ser devidamente avaliado se ele puder ser o responsável pela escolha de todas as contratações para a temporada corrente.

Enquanto isso não ocorrer, o Grêmio será o mesmo da década: um grande clube com times médios ou ruins que, eventualmente, apresenta alguns brilharecos.
____________________

O Pai teria dito, na saída do jogo de ontem, ao nos encaminharmos para o posto da Carlos Barbosa, darmos o troco ao tiozinho e voltarmos com o rádio ligado no carismático Chevette 1976 azul:

– MAS QUE ATAQUE DE ASMA, HEIN, TCHÊ? Esse André Lima não pegava nem a minha reserva no segundo quadro do Avaí da Cidade Baixa!

@Chegremista @heliopaz Hélio Paz

Share |

[Fotos] Grêmio 0 x 1 Botafogo - BR'11


@HelenFVargas

Share |

[Pós-jogo] Grêmio 0 x 1 Botafogo - TÁ DURO SEU CARLOS!

1. JOGO E EPISÓDIOS DA INFÂNCIA. Meu pai era uma pessoa muito simples e vivia no tempo da inocência. Sou o que chamam de temporão. Pai e mãe viúvos se conheceram ambos com uma filha da união anterior e tiveram dois filhos, sendo o segundo deste casamento e doze anos depois do nascimento do primeiro. Quando nasci meu pai estava com 51 anos e minha mãe com 43. Minhas irmãs 12 – a da união dos pais – e as outras duas por volta de 20 anos. Sim, hoje tenho uma irmã de 75 e outra de 67 anos – uma terceira faleceu ano passado. Vivíamos em Rio Grande, no meu nascimento. Meu pai descendente de português e minha mãe espanhola. Meu pai havia sido jogador de futebol na década de 20, do Sport Club Rio Grande – o vovô – e contava histórias maravilhosas dos primórdios deste esporte, passando pelo tempo em que o goleiro era, efetivamente, o mais infeliz dos jogadores e um herói. Não havia falta no goleiro. Goleiro não ficava com a bola mais do que vinte segundos, se tanto, porque o jogador adversário poderia enfiar os pés nele, jogá-lo com bola e tudo para dentro do gol que era validado. Bem, o Corinthians faz isto ainda hoje e o gol é dado, quer dizer, nada que não se possa compreender. Só que na ocasião era perfeitamente ´legal`. Época diferente, mundo diferente, pessoas diferentes. Talvez, eu disse talvez, mais feliz. O fato é que em terra do interior, tipicamente portuguesa, pipocavam piadas dos próprios com muita graça e sem malícia, inocentes. As pessoas riam sem apelar. Tempo da ´anedota` e de reiteradas ´tiradas` do cotidiano que eram contadas e repassadas sem que fosse preciso o exagero do ´baixo calão` para fazer sorrir. Não havia um dia em que alguém não contasse com muito jeito uma passagem aqui e ali que faziam todos gargalhar quem sabe mais pela forma como era contada do que pelo próprio conteúdo. Algumas destas corriqueiras passagens iam-se recontando com o tempo e ficavam retidas na memória familiar para sempre. Eu ainda não era nascido quando o fato ocorreu. Meu pai acordava, com todos no interior, muito cedo e preparava o café para a família, distribuindo a mesa numa sacada pequena que dava para o ´quintal`. As casas não eram separadas por cercas ou muros .... era o tempo da boa vizinhança também .... e todos se conheciam muito e eram amigos. É difícil de entender isto nos dias atuais, mas houve sim um período assim .... Contava o meu pai, e repetiam as irmãs e os amigos, que havia um menino, na casa vizinha, que todo o santo dia se postava cedo, à mesa, para ´filar` o café. E isto se repetiu por meses .... até que um dia .... e sempre tem um dia ..... meu pai não se sabe que com espírito de pegadinha ou atacado por um raríssimo mau humor resolveu pregar uma peça no peru ....Cumpriu o ritual de sempre, colocou a mesa – e o peru já sentando – com manteiga, pães .... e serviu o café para o guri .... SEM AÇUCAR. O rapazinho provou meia xícara e o velho ficou ali curtindo aquele amargor alheio, rindo por dentro, certamente, e esperando a reação. O ´prego` com a cara retorcida não reclamou, aguentou firme ... o bom cabrito não berra dizia o ditado. Quando estava quase no fim meu pai perguntou: e ai fulano, ta bom ? O guri respondeu sério: TÁ DURO SEU CARLOS!

1.1. Terminado o jogo passou um torcedor por mim e perguntou: que está achando ? Impossível não recordar meu velho e querido pai. Dei uma olhadinha pro céu e pensei: tá duro seu Carlos!

2. ABREU, O LOUCO. Para quem não sabe no lindo Museu do Centenário, em Montevidéu, há uma ´estande` personalizada e específica em ´ode` a L Abreu. Nela, cuidadosamente distribuídos, se encontram chuteira, camisa da seleção, e outros objetos pertencentes ao moço, com alguns recortes de jornais que contam suas façanhas. Ele é ídolo no Uruguai, de clube e povo. Em 1998 Abreu foi trazido pelo Grêmio pelo então Presidente Cacalo não sem antes @adalbertopreis levantar a ficha do moço para saber quem era exatamente. Naqueles dias precisávamos de um matador. Ele havia sido campeão e goleador do campeonato Argentino, jogador do San Lourenço Dalmagro e tinha sido negociado ao La Coruña da Espanha por 7 milhões de dólares – o que para a ocasião era uma fortuna incalculável. Não estava dando certo neste último e havia possibilidade de trazê-lo. E veio. Corajosa iniciativa que recebeu todo o tipo de torpedo da mídia local que minou o rapaz com críticas ferozes antes mesmo dele desembarcar por aqui. Nada mudou era o rockinho que o Léo Jaime cantava nas rádios .... até hoje pouco ou nada mudou neste aspecto. De baixo de críticas, L Abreu que era um menino, teve imensas dificuldades de adaptação. Ano seguinte mudou o Governo, estávamos nos tempos da brilhantina, digo, no A CISÂNIA – A ORIGEM. Ali foi inaugurada a era do ´tudo` que vem da outra gestão ... não ´presta`. Parece que até hoje esta medíocre linha de raciocínio nos persegue. L Abreu foi desprezado pisoteado e deixado de lado. IRONIA. O Treinador era CELSO ROTH e ele foi mandado embora. Os anos se passavam e no CD do clube quando se reclamavam dos milhões de dólares que ASTRADA e AMATO haviam deixado de herança para pagarmos sempre aparecia alguém para pedir a palavra e lembrar que havia R$ 200 mil de dívidas de L ABREU. Ontem L ABREU, ironicamente, como referi, mandou Roth para o Vestiário com outra derrota. Não, não pensem que penso que ele seja um craque. Não. Só relatei fatos !

3. SEM GOLS NA FRENTE COM GOL ATRÁS. O Grêmio tem sido repetitivo. Faz pouco ou não faz e de lambuja, leva. Ontem um ataque de asma sequer fez cócegas no adversário. Nem reclamo o gol que tomamos – diferentemente do jogo contra o Vasco que foram 4 – levando um pode-se dizer que é do jogo e que se reverte. Mas para reverter é preciso fazer. O Grêmio não tem ataque. Logo não reverte. E caminha melancolicamente para um final triste de Brasileiro fazendo A PIOR CAMPANHA no Brasileiro desde 2006 (e 2005 não estávamos na 1ª) graças à falta de um time que foi tão prometido por um Presidente cujo discurso já não faz nenhum efeito, a não ser fazer ´dormir` a Gabriela e a Marina (minha afilhada), filhas gêmeas de Juliano Ferrer.

TÁ DURO SEU CARLOS.

Saudações Tricolores.

@cajosias Carlos Josias

Share |

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

[Pré-Jogo] Grêmio x Botafogo: E agora, José?

Depois de uma série de 3 vitórias seguidas, o Grêmio caiu com uma derrota retumbante diante de um time carioca. Agora, diante de um novo time carioca, é a hora em que os jogadores e a comissão devem se perguntar qual o próximo passo. Qual a pretensão do Clube para este Campeonato? De verdade, sem rodeios, onde queremos e podemos chegar?

Foi atípico perder de 4x0, mas foi também um sinal de alerta. O Grêmio ainda é instável. Ainda balança sobre as próprias pernas e não apresenta a consistência necessária a um campeonato de pontos corridos.

O Botafogo é o quarto colocado na tabela e vem de um empate, cedido ao rival Flamengo no segundo tempo. Certamente os comandados de Caio Junior vão tentar pelo menos um ponto no Olímpico. O técnico do alvi-negro carioca afirma, sem papas na língua, que quer ser Campeão Brasileiro. O Botafogo não contará com o volante Marcelo Mattos, que está suspenso. Em seu lugar, entra o garoto Lucas Zen. Apesar de ser muito elogiado, o Grêmio pode tirar proveito da falta de experiência de Lucas, forçando jogadas agudas de ataque pela sua área de campo. Escudero parece o homem certo para este papel.

A jogada aérea, uma das principais armas do Grêmio neste campeonato, também vem sendo explorada pelo Botafogo. Loco Abreu, alto e com boa presença de área, é uma das principais armas da equipe. Com Elkeson de volta ao meio campo, a qualidade do passe do Botafogo deve melhorar. No entanto, o jogador já foi suspenso por duas vezes. Aposto que se o Grêmio forçar um pouco a barra, ele estaria amarelado logo no começo do jogo, facilitando a vida para o tricolor gaúcho.

É muito importante que Julio Cesar apoie e defenda, ao contrário do que fez contra o Vasco. O Grêmio precisa de suas subidas ao ataque, em complemento às de Mário Fernandes e a defesa não pode ficar desguarnecida em se tratando especialmente de Abreu. Os laterais, pelo menos um deles, precisam fechar junto com os zagueiros para garantir que a defesa estará compacta, tanto para uma jogada aérea como para uma penetração aguda pelos flancos ou pelo meio.

O Grêmio precisa é disso: estudar seu adversário e o que ele tem de melhor e pior para, com o que Grêmio tem de melhor e pior, procurar neutralizar o que precisa ser neutralizado e explorar o que pode ser explorado em nosso favor. Somente estudando, avaliando com inteligência é que o Grêmio poderá vencer um jogo contra uma equipe tão bem posicionada na tabela e com ambições tão claras e definidas.

@anniefim  Annie Fim
Share |

20 de setembro

Vinte de setembro, grande dia para nós gaúchos, dia de comemorar a Guerra dos Farrapos. 58 anos após a guerra, que quase separou nosso amado estado do nosso país, nascia uma pequena estrela, que ainda sem muitos planos para o futuro, não sabia que viria a brilhar tanto, iluminando nosso estado, nosso país, nossa América e nosso mundo.

Esta estrelinha, que com o tempo foi crescendo, não foi criada por pais gaúchos, porém nasceu em solo gaúcho, tendo assim o Rio Grande do Sul como seu segundo pai. E como um bom filho, seguiu os passos de seu velho, sendo forte, aguerrido e bravo, como nos conta a mais bela canção já entoada no mundo inteiro.

Esta estrela fez de seu pai grandioso, levando-o sempre em primeiro lugar em todas as suas conquistas, e seu pai fez dela quem ela é. Espero que ela jamais esqueça suas origens, o modo como foi criada, sempre siga os passos de seu pai e jamais se deixe enfraquecer, pois poucos se dão conta, mas a melhor qualidade que nossa amada estrela tem e os outros filhos deste estado não, que ela é a única que possui de seu pai é a imortalidade!

Pois se um dia chegarem ao fundo do poço, ou acabarem concretamente, jamais acabarão no coração de seus fieis seguidores e admiradores. ♥ Parabéns aos gaúchos, por terem a sorte de nascer em solo rio-grandense, e aos gremistas, por terem feito a melhor escolha!

@natiaw Nathálie Mendonça
Share |

terça-feira, 20 de setembro de 2011

20 de setembro

Vivemos o mês o mais importante das tradições do Rio Grande do Sul. Comemoramos a independência de nosso “país” em relação ao Brasil Imperial. Mas e hoje, somos nós o que? Essa luta que tanto nos honra nos deixou marcados por um orgulho que não fazemos mais jus. Não somos mais o povo cujas façanhas sirvam de modelo a toda terra, e faz tempo. 

O povo do Rio Grande do Sul deixou de ser GAÚCHO há muito tempo e tornou-se um arremedo do que diz que é. Somos tão brasileiros, no pior sentido da palavra, quanto qualquer carioca e pior ainda somos auditório das piadas e desmandos deles sobre nossas vidas. Não preciso citar os infinitos exemplos musicais, televisivos e governamentais que baseiam minha tese, pois, eles são tão evidentes quanto nossa arrogância sem sentido.

Vivemos num estado de eterno dizer que somos e de pouco sermos. Precisamos urgentemente mudar isso. Chega de dizer quem éramos, chega de cantarmos que fizemos! Está na hora de fazer e ser. Isso vale para todos nós. O Rio Grande do Sul não pode se resumir a um grupo de pessoas vestidas a caráter dentro de piquetes no Parque Harmonia. Há muito para mudar.

Vejam o nosso GRÊMIO! Há quanto tempo somos apenas coadjuvantes e/ou sparrings nos campeonatos e copas que participamos? Vivemos de nossa história, que é a mais gloriosa e mítica de todas e da qual eu me orgulho de participar. Mas urge uma mudança nas nossas atitudes. Precisamos nos organizar administrativa e mentalmente para o futuro. Chega de medidas emergenciais e paliativas serem a regra. Não podemos mais achar que a culpa de estarmos indo sempre de mal a pior é dos outros. Quem muito aponta o dedo, deve procurar um espelho.  O GRÊMIO assim como o Rio Grande do Sul pode muito mais do que faz atualmente, mas é preciso coragem para enfrentar a nós mesmos e sairmos desse emaranhado de ilusões em que nos colocamos.

Tenho um infinito orgulho de minhas tradições, raízes e cultura e sei que não estou sozinho. Amo minhas bandeiras e por elas sempre lutarei, inclusive aqui mesmo, defendendo-as dos que se dizem GAÚCHOS, dos que se dizem GREMISTAS. Porque não é possível que sejamos hoje administrados por pessoas que amem esse rincão e nosso clube e os deixem a mercê de quem nos despreza e nos prejudica. Precisamos resgatar nosso espírito antes que seja tarde demais. 

Viva a honra dos que acreditam que podemos mudar e realmente sermos o que queremos e podemos ser. Que 20 de setembro seja mais que uma festa, seja uma data de reflexão e o inicio de uma nova era. 

É o meu Rio Grande do Sul
Sol, céu, sul
Terra e cor
Onde tudo que se planta cresce
E o que mais floresce é o amor

@AndersonKegler  Anderson Kegler

Share |

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

[Pós-jogo] Vasco 4 x 0 Grêmio - Inesperado

Depois de uma péssima semana chuvosa, o sol brindou o céu do Rio de Janeiro no dia 17 de setembro. Neste lindo dia em que os gremistas abraçaram o Cristo Redentor num feito inédito e em que houve uma linda comemoração pelos 108 anos do Clube, ninguém esperava uma derrota destas proporções para o Vasco da Gama.

O Grêmio não começou mal o jogo. O meio de campo estava um pouco perdido, mas não é de todo anormal para os primeiros minutos. São Januário é um campo um pouco menor em que a torcida fica bem mais próxima e talvez não tenha havido tempo de adaptação. Mas o Vasco, que não tinha nada com isso, foi logo abrindo o placar com Elton, pela direita da área do Grêmio.

Então, começou uma avalanche de ‘lesões’ no time do Vasco. Todos os jogadores misteriosamente caíam em campo, ao menor toque do adversário ou mesmo sem toque nenhum. O juiz nada fez e o Vasco, apesar de estar na sua casa, armou uma belíssima retranca.

O Grêmio até que reagiu bem. Dominou o meio campo e, especialmente nas subidas de Mario Fernandes, criou boas jogadas de ataque. Mas esteve longe de levar perigo para Fernando Prass. O Grêmio não era objetivo e rondava a área cruzmaltina sem muito fazer. A não ser por duas cabeçadas em cobranças de falta, o goleiro do Vasco não trabalhou.

O lado direito da defesa do Grêmio continuava cambaleante. Então, veio o segundo gol do Vasco. A esta altura restava torcer para que o primeiro tempo terminasse logo e que Roth arrumasse a casa no grito para o segundo tempo. Mas assim como não esperávamos dois gols no primeiro tempo, logo se mostrou impossível esperarmos algo do time no segundo. Marquinhos, que não estava bem na partida, foi mantido no time, enquanto Douglas e Escudero foram sacados. O argentino era o mais agudo no ataque do Grêmio no momento e para mim estes foram erros crassos do nosso treinador. Com Julio Cezar nem apoiando nem defendendo e André Lima perdido em campo, estava aberta a porteira dos 4 x 0.
 
Este resultado atípico mostra como o Grêmio ainda é irregular. Perder fora de casa, dependendo da circunstância, não é anormal e mesmo times campeões passam por isso. O que não se pode admitir é levar 4x0 de um time que literalmente caiu em campo depois do primeiro gol. O Grêmio precisa reagir e logo, diante de um Botafogo que cedeu o empate ao Flamengo. Sob pena de levarmos mais um olé de times cariocas.

@anniefim Annie Fim

Share |

sábado, 17 de setembro de 2011

[Pré-jogo] Vasco x Grêmio

Uma semana de tranquilidade e comemorações. Passamos a semana comemorando a boa atuação do Grêmio diante do São Paulo, atuação essa, que ratificou nossa boa fase e o principal, o time manteve o padrão de jogo que vinha tendo nos jogos contra o SCI, Atlético-PR e Bahia. Não citei o jogo do Corinthians, pois, daí precisaria adicionar a arbitragem que sempre ajuda o 2º time da globo. Falando em comemorações, no 15/09 mais um dia para história do Nosso Grêmio, digo nosso, pois, o Grêmio é do torcedor e quando esse torcedor entender que o Grêmio precisa sempre do apoio dele, não só na arquibancada e sim fora dela, principalmente no quadro social, daí sim, conseguiremos chegar aos 100 mil sócios, mas isso é assunto para outro contexto, pois, nosso foco agora é o jogo contra o Vasco na busca de mais 3 pontos para entrar de vez na luta pelo título.

Dois fatores estão a nosso favor: 1 – o time que vai entrar em campo é o mesmo que vem atuando nos últimos jogos, a única modificação é a volta do capitão Rochemback que cumpriu suspensão no último jogo, sendo assim, estamos adquirindo cada vez mais um padrão de jogo com a repetição da escalação, sem invenções de jogadores fora de suas posições ou jogadores jogando só com o nome, essa época acabou com a chegada de Juarez, ou seja, joga os melhores no momento; 2 – o Vasco não deve contar com Juninho Pernambucano, que além de ser um ótimo cobrador de faltas, tem um bom aproveitamento em chutes de fora da área e é um líder no grupo, sendo assim, podemos tirar vantagem desse desfalque, mas é preciso saber que o Vasco não é só J. Pernambucano, além dele tem Diego Souza muito conhecido nosso que pode parecer indisciplinado, mas quando quer jogar leva muito perigo aos adversários e claro o Vasco conta com o experiente e veloz Eder Luis, mas em contrapartida temos nossa zaga que se comportou muito bem diante o São Paulo. A diferença agora é que vamos jogar fora, portanto, um ótimo teste para consolidar de vez nossa dupla de zagueiros.

Mas como sempre temos algo que não nos favorece e não estou falando da arbitragem (até porque o jogo não começou ainda), mas contra times do RJ e SP sempre é bom ficar atento aos caras de “preto ou amarelo”... estou falando dos confrontos entre Vasco e Grêmio em solo carioca, que não são nada animadores, vejamos:

Vasco x Grêmio – no maracanã – período 1967 a 2010:
Vasco x Grêmio – em São Januário – período 1967 a 2010:
Fonte: http://futpedia.globo.com

A situação em São Januário é bem pior, nossa única vitória foi em 26/09/1993 – Vasco 2 x 4 Grêmio praticamente há 18 anos, para quem gosta de números também no mês de Setembro, quem sabe não só a sorte, mas também o bom futebol do Grêmio dos últimos jogos possa “jogar” a nosso favor e assim, possamos comemorar mais uma vitória e encostar cada vez mais no grupo de cima da tabela (cabe ressaltar que estamos com um jogo a menos Grêmio x Santos).

PS: para quem ainda não leu, não perca a oportunidade e leia o texto do Carlos Josias (@cajosias) do dia 15/09 – uma inspiradíssima homenagem ao Grêmio: http://grem.io/O5x


@gremio100mil

Share |

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Cento e oito anos de glória, pioneirismo e paixão. O segredo do nome e da IMORTALIDADE. Um patrono. Uma láurea. Um sonho. Um desejo. Que só pode ser AZUL !

Está lá, na PLACAR, de 11.09.1981, quando custava Cr$ 120, a manchete da capa: GRÊMIO: O CAMPEÃO QUE ORGULHA O BRASIL! Na página 10, o título “A CORRIDA DO OURO” com destaque em negrito: O GRÊMIO TROUXE DEZ MILHÕES LÍQUIDOS DE SUA EXCURSÃO À EUROPA E À AMÉRICA. E IMPORTANTE: CONSOLIDOU SEU PRESTÍGIO INTERNACIONAL. UM SUCESSO TÃO GRANDE QUANTO O FRACASSO DO PALMEIRAS, DUAS VEZES GOLEADO NO TORNEIO RAMÓN DE CARRANZA”. No mapa mundi, desenhando na reportagem, a trajetória vitoriosa: Porto Alegre, São Salvador, Tegucigalpa, Rimini – Itália – Barcelona e Valadolid – Espanha – Nova Iork – Estados Unidos. O destaque: AGOSTO, NOSSOS CLUBES SAÍRAM PELO MUNDO À CATA DE DINHEIRO. ALGUNS CONSEGUIRAM SÓ ISSO. O GRÊMIO CONSEGUIU MUITO MAIS. E tinha mais: FUTEBOL-EXPORTAÇÃO. NUM RICO FOLHETO, O GRÊMIO NARRA SUAS GLÓRIAS PARA A EUROPA, EM INGLÊS E PORTUGUÊS. E DEPOIS COMPROVA EM CAMPO. E muito mais: GRÊMIO: ÓTIMO. Disputou nove jogos, dos quais venceu oito e empatou um, marcando 29 gols e sofrendo 7. O artilheiro da excursão foi Baltazar, com oito gols. Pelo troféu San Salvador Del Mundo, 5 x 0 Vitória de Setúbal (Portugal) e 3 x 2 na Seleção de El Salvador; amistosos ......até os 3 x 1 no Cosmos em Nova York. Quem não se lembra, este último foi aonde Pelé, é Pelé, encerrou a carreira. É isto senhores. Preciso relembrar o Bayer, o Barcelona, em 1986 ? Não. Esta página surrupiada da história e que já dediquei um artigo sobre ela, palpita solene nos corações de uma torcida enlouquecida de paixão e que foi TUDO muito antes de qualquer um ser alguma coisa. O Grêmio nasceu em 1903, temos uma longa história de pioneirismo que nos tornou marca registrada e conhecidos e reconhecidos em todo o mundo muito antes de conquistarmos o Mundial de 1983. Neste período o Grêmio nunca teve o ´escudo` trocado, nunca teve o nome inscrito equivocadamente, nós sempre fomos Grêmio carregando orgulhosamente o sobrenome Porto Alegrense. O Estado e a Cidade estavam inscritos definitivamente no futebol mundial muito antes de tudo e acima de nada ! Antes era o ´caos`, depois vesse o ´verbo`... e o verbo tinha o nosso nome. Fomos o Gênises. No princípio criou Deus os céus e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia ...E A TERRA SE TORNOU AZUL. A TERRA SEMPRE FOI AZUL. O Grêmio poderia ser conhecido como Porto Alegrense e isto nos orgulharia muito. Mas por que ficou conhecido e reconhecido – com um hoje chamado ´distintivo`, antes ´emblema`, ou logotipo, nunca trocado e sempre identificado ? Porque fez história nestes seus 108 anos de idade. Não é à toa que somos o PRIMEIRO DO RANKING CBF e terminaremos o ano como tal. Pois é, nascemos e crescemos num mundo em que ninguém pedia numa loja: me dá uma geladeira; o pedido era me vê uma Frigideira. Ninguém comprava uma lâmina de barbear, se pedia: quero uma Gillette. Quem pediria uma fita adesiva ? Só um alienígena, o pedido era certo: quero uma fita Durex. Carro era Mercedes....Grêmio, segundo qualquer verbete significa = s.m. Comunidade ou corporação cujos membros se sujeitam ao mesmo regulamento; sociedade, agremiação (cultural, esportiva etc.). Pois viramos sinônimo disto. O Grêmio é Grêmio porque virou sinônimo de CLUBE DE FUTEBOL. Os tempos mudaram, os sinônimos já não são mais os mesmos, de um simples refrigerador a um automóvel, hoje de inúmeras marcas, mas só nós conservamos esta identidade que não nos confunde com mais ninguém. Somos a autoridade em AGREMIAÇÃO, em associação. No mundo inteiro, por esse mundo afora... Exemplos disto não se contam. Mas vou relembrar um: meu sobrinho viveu mais ou menos 15 anos na Alemanha, jornalista de renome – que deixo de declinar porque elogio em boca própria é vitupério; certo dia encontrou um rapaz com uma tatuagem do nosso distintivo no braço; partiu célere e lhe falou abertamente na nossa língua, gauchesca no mais tchê, e a resposta veio num bom e autêntico alemão; não, ele, o rapaz, não era Gaúcho, nem Brasileiro, era mesmo um Alemão; e por que da tattoo ? Simples: ele era fascinado por esta Agremiação tão distante da sua terra, ele era apaixonado pelo Grêmio porque NOSSAS FAÇANHAS SERVIAM E SERVEM DE MODELO A TODA A TERRA. Querem outro ? Vamos passar anos citando, mas o fenômeno Richard Ducker, em terras estranhas, entrou numa loja que comercializava bonequinhos de madeira de clubes de futebol do mundo todo...entre eles um único time do Brasil; quem, quem, quem cara pálida ? O nosso Grêmio ! Pois o Grêmio que não tem 108 anos de glória por acaso, e que foi apadrinhado pelo mais velho do Brasil, o SC Rio Grande (outro tricolor, nascido em 19 de julho de 1900, dia do futebol, data decretada como tal pela CBF), por feliz coincidência minha terra natal de onde parti para cá com tenros 6 anos de idade – A IDADE DO MENINO OTÁVIO - se tornou IMORTAL por muitas jornadas épicas, mas se revelou assim poeticamente pelas mãos magníficas de um negro (racista é mãe) chamado LUPI RODRIGUES o maior poeta da nossa terra e talvez o mais inspirador de todos os grandes compositores e letristas desta terra do pau Brasil que, na realidade, redesenhou (o hino original do Clube é outro, mas este ficou consagrado assim diante da composição magistral do negro Lupi face à greve dos ônibus que impediam o torcedor de ir de condução ver o time do coração jogar .... ) angelicalmente nosso hino num toque de gênio que só os imortais possuem. O Grêmio faz aniversário por uma questão meramente protocolar, porque os IMORTAIS não têm tempo na história da humanidade, são como o vocábulo diz, eternos. E não somos ficção, como os Highlanders de Hollywood... somos de VERDADE e somos uma legião de VERDADEIROS GREMISTAS. Nesta legião não tem falsos, todos são autênticos, ainda que divergentes, por eventualidade, entre si. Este o verdadeiro segredo da IMORTALIDADE. E do nome. Já atravessamos imensos ´mares vermelhos`, é verdade, mas todos eles se abriram para nos dar passagem. Já tivemos grandes profetas nos conduzindo, mas sempre fomos aguerridos e bravos, todos. Hoje somos brancos, negros, judeus, turcos, alemães, italianos, portugueses – palestinos,( né @minwer, ? ), somos de tudos, somos todos, somos milhões, SOMOS UM SÓ, como no discurso do REI LEÃO. Nesta época de festa, entre uma e outra turbulência, deixo algumas reflexões aos amigos de todas as raças e etnias, de todos os credos, mas de uma só paixão.
 
Não nos caberia um Patrono ? Por que não HÉLIO DOURADO ?
 
Não nos caberia um atleta laureado ? Qual foi o último ? Em 2001 sugeri no CD que se desse uma láurea a DANRLEI...na ocasião, como sempre (e as grandes entidades sempre vivem em constante efervescência...) vivíamos uma inconstante situação política, foi justificado que ele não poderia receber porque ainda era atleta ... hoje não é mais ... Pergunto, e por que não agora, ora pombas....de Picasso, claro, palomas...
 
Nos cabe um sonho ... um desejo ... mas este está ai junto com os 108 anos de idade....o @desejoazul.
 
Este artigo, de coração, vai para todos os GREMISTAS, claro, mas em especial para os do PROJETO @desejoazul, e para todos aqueles que de uma forma ou de outra o tornam viável, e me inclino a um como representante de todos os valorosos demais: @educaminha1.



FELIZ ANIVERSÁRIO GRÊMIO, e como diria o ETERNO PRESIDENTE DOURADO

OBRRRRRRRRRRRRRRRIGADOOOOOOOO GRRRRRRRRRRRRRRÊMIOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

Acendam a vela, brindem com a alma porque NADA PODE SER MAIOR !

@cajosias Carlos Josias


#Grêmio108Anos
 
Share |